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Três dias antes da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital argentina, o governo da presidente Cristina Kirchner anunciou uma liberação parcial das exportações argentinas de trigo. Essa medida permitirá que o mercado brasileiro - altamente dependente do cereal produzido na Argentina - possa respirar um pouco mais aliviado da recente falta que sofreu do produto.

No total, o diretor do Departamento Nacional de Controle Comercial Agropecuário (Oncca), Ricardo Etchegaray, liberou hoje o envio de 900 mil toneladas. Esse volume iria quase integralmente para o Brasil.

As vendas argentinas de trigo ao exterior sofreram fortes restrições desde dezembro. A limitação foi imposta pelo governo para forçar a queda do preço no mercado interno e tentar reduzir a escalada da inflação, principal pesadelo da atual administração. Para complicar, entre março e junho o governo esteve em intenso confronto com o setor ruralista, fato que paralisou as decisões sobre a liberação das exportações.

Apesar de ser o principal parceiro comercial da Argentina e o maior sócio do Mercosul, o Brasil foi duramente atingido pelas medidas. Em 2007, o mercado brasileiro consumiu 10,25 milhões de toneladas de trigo. Desse total, importou 6,6 milhões. A Argentina - que produz 16 milhões de toneladas - foi a principal fornecedora, com 5,63 milhões de toneladas.

As vendas argentinas de trigo ao Brasil em 2007 somaram 85,5% do total comprado pelo País no exterior. Nos últimos meses, o mercado brasileiro recebeu o cereal argentino a conta-gotas, o que elevou o preço dos produtos elaborados com trigo, como pão francês e massas.

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