O governo da Argentina não vai apresentar oferta concreta em reunião na quarta-feira em Nova York com os fundos abutres que ganharam ação judicial contra o país nos Estados Unidos, informou o chefe de gabinete do governo, Marcos Peña, de acordo com o jornal “La Nación”.
Representantes do governo do presidente Mauricio Macri vão se reunir pela primeira esta semana com fundos de investimentos de contestam o pagamento de títulos não cumpridos, em uma batalha judicial que dura mais de uma década, o que mantém a Argentina praticamente isolada dos mercados de crédito internacionais.
“Não temos previsão de levar uma oferta, e sim a decisaão de desdramatizar o tema, que é um dos muitos que precisamos solucionar, com a maior responsabilidade possível, tirando o melodrama nacionalista”, afirmou o chefe de gabinete em entrevista ao veículo argentino.
Segundo Peña, a reunião de quarta-feira “é uma primeira conversa”. O secretário de Finanças do governo, Luis Caputo, viaja nesta quarta-feira para Nova York, para o encontro com o mediador do litígio Dan Polack, designado pela Justiça americana.
O presidente Mauricio Macri já afirmou que é prioritário encontrar uma solução para o conflito. No entanto, Peña sugeriu que um eventual acordo entre o país e os credores levará tempo, já que primeiro o governo buscará mudar uma lei que impede o aprimoramento das condições de pagamento de duas trocas de dívidas anteriores, o que leva a uma espera até março, quando o Congresso da Argentino retoma os trabalhos.
“A ansiedade de todos os problemas acumulados não nos apressar em termos do ritmo necessário para poder dar passos concretos (para um acordo)”, indicou Peña na entrevista.
A ex-presidente Cristina Kirchner, que governou entre 2007 e 2015, se negou a negociar com os fundos conhecidos como “holdouts” por considerar que tentatavam extorquir o país para obter lucros excessivos por títulos que compraram a preços baixos após o default da Argentina em 2001 e 2002.
Em meados de 2014, um juiz americano proibiu a Argentina de abonar vencimentos da dívida reestruturada em 2005 e 2010 até que pague milhões de dólares a um grupo de fundos de investimento que reclamam o cancelamento total de seus títulos.