| Foto: LULA MARQUES/Agência PT

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta terça-feira que espera que o país chegue a um “acordo razoável” na primeira rodada de negociação com os credores em Nova York na quarta-feira. O mandatário disse que o governo demonstrará intenção de solucionar o litígio com os fundos abutres em torno da dívida soberana inadimplente do país.

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“Amanhã diremos ao mediador que aqui houve uma mudança na visão que nós, argentinos, temos a respeito da nossa dívida. Nós queremos deixar de ser um país que é catalogado como inadimplente e queremos resolver todos os temas pendentes”, afirmou Macri em coletiva de imprensa. “Espero que fique para trás essas partes de dívidas que não soubemos consertar.”

A Argentina começa na quarta-feira a negociação com os fundos conhecidos como holdouts para chegar a um acordo que encerre a batalha legal ligada ao default da dívida não paga. Macri já havia declarado anteriormente que o novo governo tem intenções de negociar rapidamente com os holdouts.

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A ex-presidente Cristina Kirchner, que governou entre 2007 e 2015, se negou a negociar com os fundos por considerar que tentavam extorquir o país para obter lucros excessivos por títulos que compraram a preços baixos após o default da Argentina em 2001 e 2002.

Em meados de 2014, um juiz americano proibiu a Argentina de abonar vencimentos da dívida reestruturada em 2005 e 2010 até que pague milhões de dólares a um grupo de fundos de investimento que reclamam o cancelamento total de seus títulos.

Peso

O peso argentino interbancário subiu novamente nesta terça-feira diante de uma discreta liquidação de dólares por parte dos exportadores e uma menor demanda de importadores, em um circuito monetário sob supervisão do Banco Central argentino, que ficava à margem do processo. Às 14h (horário de Brasília), a moeda argentina subia 1,48%, cotado a 13,54 pesos por dólar. Na segunda-feira, a divisa teve alta de 0,95%

As novas autoridades do país liberaram há menos de um mês o mercado cambial das regulações até então vigentes, o que, segundo analistas, faz com que a moeda local enfrente um processo de acomodamento de preços com base na liquidez que é relatada diariamente. O chamado “cepo cambial”, instalado em 2011, restringia a movimentação de dólares, o que gerou uma ampla contração do comércio exterior e aprofundou as perdas das reservas internacionais.

“Estou de acordo com como funcionou a saída do ‘cepo’”, afirmou Macri na coletiva desta terça-feira. “Deixamos de estar limitados para poder crescer.”

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Macri se disse satisfeito com os primeiros resultados da suspensão das restrições cambiais em meados de dezembro, como um dos novos sinais de mudança política ao assumir o governo no começo do mês passado. A medida levou a uma desvalorização do peso argentino que, em menos de um mês, chega a mais de 30%. Segundo o presidente, a suspensão gera “novas oportunidades para nosso país”.