Em mais uma medida protecionista contra os produtos brasileiros, a Argentina burocratizou a entrada de três tipos de autopeças produzidas no Brasil: baterias, embreagens e freios. Na prática, a exportação desses produtos estão paralisadas. As novas regras, que entraram em vigor na segunda-feira da semana passada, obrigam as empresas a se registrar junto ao governo argentino e a solicitar licenças de importação. Todo o processo pode demorar no mínimo, dois meses e meio.
"Com esses prazos, a situação pode se arrastar até dezembro", diz o negociador-chefe do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Antonio Carlos Meduna. A ministra da Produção da Argentina, Débora Giogi garantiu que as montadoras estão excluídas das exigências, que valem para o mercado de reposição. Débora se reuniu ontem, em São Paulo, com o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge.
Conforme o representante do Sindipeças, o fluxo para as montadoras na Argentina está normal, porque as empresas anteciparam embarques, mas "não é possível separar tão claramente" o que vai para a reposição. "A situação está controlada, mas o problema é a falta de previsibilidade. Esse tipo de medida não combina com a lógica de complementaridade do acordo automotivo entre Brasil e Argentina", disse o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antônio Sérgio Martins Mello.
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