O governo argentino anunciou o lançamento de um programa de desenvolvimento nuclear, que inclui a construção de uma nova central atômica e a possível reativação do enriquecimento de urânio, para sanar um déficit de energia e gerar novos negócios.
O país possui duas centrais atômicas, que geram 8,2% da eletricidade que o país consome, e uma terceira está em obras há vários anos. Além disso, conta com uma planta experimental para enriquecer urânio, uma tecnologia que domina desde 1983 mas está há quase uma década inativa.
O governo do presidente Néstor Kirchner busca agora aproveitar a conjuntura de escassez de energia e uma economia com forte expansão para destinar recursos fiscais excedentes para o desenvolvimento atômico, uma área onde o país foi vanguarda na América Latina na segunda metade do século passado.
O auge econômico que vive o país, que há três anos cresce com taxas anuais superiores a 8 por cento, resultou em maior demanda de energia que se chocou com uma demora em investimentos e fez cair as reservas de gás.
Atualmente, a Argentina ocupa o 23o lugar na lista de países com o maior uso de energia nuclear, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, com sede em Viena. O ranking, atualizado este ano, é liderado pela França.
A central de Embalse, na província de Córdoba - no centro do país - produz 600 megawatts (MW) e é a maior da Argentina. Em seguida estão Atucha 1, que foi a primeira da América Latina, e Atucha 2, que está em construção, com capacidades de 350 MW e 750 MW, respectivamente. Ambas estão na província de Buenos Aires.