A Argentina voltará a publicar indicadores oficiais, entre eles o Produto Interno Bruto (PIB), durante o primeiro semestre de 2016, mas as taxas de inflação e pobreza podem demorar mais, informou nesta quinta-feira (14) o Instituto Nacional de Estatísticas (Indec). O órgão foi alvo de uma intervenção do novo governo do presidente Mauricio Macri, empossado em 10 de dezembro, devido à manipulação dos números durante a gestão da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).
Alfonso Prat-Gay, ministro da Fazenda e Finanças da nova administração, deu na terça-feira (12) os primeiros números em relação a 2015, situando a inflação em cerca de 30% e o déficit fiscal em aproximadamente 6%. O chefe da pasta econômica estimou que a inflação para 2016 ficará entre 20 e 25% e que o objetivo é que ela seja de 5% em 2019, quando termina o mandato de Macri.
A normalização do Indec foi uma das promessas de campanha de Macri, que assumiu um governo de direito no dia 10 de dezembro e nomeou Jorge Todesca como diretor do organismo. Ainda em 2013, o FMI aprovou uma moção de censura aos dados oficiais fornecidos pela Argentina, diante da enorme diferença entre os indicadores governamentais e as estatísticas de entidades privadas.
“Paciência”
A diretora do Indec, Graciela Bevacqua, disse que a apresentação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) poderá demorar oito meses, mas garantiu que se está trabalhando para que ele seja apresentado antes. Acompanhada de Todesca, ela especificou que o objetivo é que as primeiras estatísticas “estejam prontas dentro dos primeiros 180 dias”.
Os dois funcionários pediram paciência enquanto seguem os trabalhos de “reconstrução de uma entidade que se encontrava desmantelada”.