O setor têxtil argentino está em estado de alerta. Segundo um dos principais lobbies dessas indústrias, a Fundação Pro-Tejer, as importações de produtos têxteis estão em escalada.

CARREGANDO :)

Segundo a Pro-Tejer, a entrada de têxteis provenientes do exterior chegará a U$ 1,7 bilhão neste ano. Isso equivale a um aumento de 200% em relação a 2003, ano em que o país saiu da pior crise financeira, social e econômica de sua história, de 2001-2002.

Os industriais indicam que os "vilões" desta disparada das importações são os produtos chineses, que estão arrasando com o que resta da competitividade argentina, abalada pela recente valorização da moeda local, o peso, e a escalada da inflação, que nos últimos 12 meses, segundo estimativas de economistas independentes, chegaria a 25%.

Publicidade

As estimativas para este ano também indicam um aumento de 50% em relação à média dos anos 90, época em que o país estava em plena Conversibilidade Econômica, quando um peso equivalia a um dólar, e as importações estavam em alta.

Enquanto nos anos 90 os industriais têxteis argentinos colocavam a culpa dos problemas de competitividade do setor nacional na denominada "invasão de produtos brasileiros", atualmente temem a entrada dos produtos "Made in China".

Segundo a Fundação, o crescimento das importações de têxteis da China entre 2003 e 2007 foi de 3.162%, chegando a US$ 424 milhões. Desta forma, a participação dos produtos chineses nas importações de têxteis realizadas pela Argentina aumento de 2% para 25% do total.

"Nenhuma indústria no mundo pode concorrer contra esta potência (a China) sem o apoio do Estado," afirmou Mariano Kestelboim, economista da Fundação.

Segundo os especialistas, as empresas chineses conseguem vender a baixos preços. O valor médio dos produtos não-chineses é de US$ 22,90 o quilo. Mas, o preço dos têxteis Made in China são em média de US$ 12,20 para cada quilo.

Publicidade

O crescimento da participação das importações de produtos têxteis chineses e da Índia deslocaram os similares importados do Brasil e da União Européia. Neste caso, a entrada dos têxteis brasileiros caiu 8%, enquanto que os europeus tiveram uma redução de 5%.

O Secretário de Indústria da Argentina, Fernando Fraguío, sustentou que a produção têxtil local está sendo "ameaçada" pela concorrência asiática. No entanto, declarou que o governo está planejando uma "forte política de resguardo contra uma política desleal".

Os empresários argentinos planejam pactuar com seus colegas brasileiros uma série de medidas para deter a "avalanche" chinesa.