
Quem nunca se flagrou colocando no carrinho um chocolate ou um salgadinho enquanto esperava na fila do caixa do supermercado? A compra por impulso, que pode parecer ter um custo imperceptível para o consumidor, pesa no bolso e engorda em até 15% o faturamento do varejo. As empresas usam sua estratégia para vender mais e o consumidor pode usar as suas táticas para evitar as compras não planejadas.
VÍDEO: Veja depoimentos de consumidores revelando os itens que mais compram por impulso
Uma pesquisa da P&G, gigante americana que atua nos setores de beleza, higiene pessoal e limpeza, mostra que a compra de produtos colocados na boca do caixa pode aumentar em 15% o faturamento dos supermercados o que, em um setor que faturou R$ 224,3 bilhões em 2011, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), representa algo em torno de R$ 33,6 bilhões em compras naqueles poucos minutos de espera.
Concluída no primeiro semestre deste ano junto aos principais varejistas do país, a sondagem revela que o consumidor brasileiro gasta, em média, de cinco a oito minutos na fila do caixa momentos em que os clientes são fisgados. "Expor produtos na área do caixa é uma prática comum nas redes varejistas de todo o mundo. É importante pensar no check out porque é o momento final do consumidor na loja, onde ele vai comprar o que não está na lista", explica o diretor comercial da P&G, José Antônio Valdez.
O superintendente da Abras, Tiaraju Pires, afirma que os caixas e as pontas de gôndolas são chamadas de "pontos quentes" pelos varejistas. "Sabemos que há o impulso do consumidor em comprar o que está em destaque, às vezes porque é lançamento ou porque está em promoção, ou ainda porque ele está na fila esperando e olhando os produtos expostos", avalia.
É o que acontece com o aposentado Ludeger Antonio Zamuner, que nunca resiste a tentação de levar algum agrado para os netos. "Compro chocolate e sorvete quando estou nas filas. São coisas que estão fora da lista, mas quando colocam à nossa vista, cria-se uma necessidade e uma oportunidade de comprar", diz.
Outra que não resiste aos produtos expostos na fila é a empresária Vilma Hegedus, que consegue evitar os doces, mas não as revistas. "Eu me controlo muito para não levar chocolates e guloseimas, mas acabo comprando revistas. Se estou na fila e vejo uma capa interessante, compro", destaca.
O professor de Marketing e Publicidade da PUCPR Felipe Belão explica que há técnicas de merchandising pensadas para dar mais atenção a produtos do interesse do supermercado.
E você?
O que você mais compra por impulso enquanto está na fila do supermercado? Consegue evitar a tentação de levar algo enquanto espera ser atendido?
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Economia | 2:10
Consumidores contam o que mais levam enquanto aguardam na fila e as razões para comprar produtos que não estavam planejados.



