O economista Arminio Fraga, sócio da Gávea Investimentos, afirmou nesta quarta-feira durante o seminário Desafios para o Crescimento Econômico, organizado na Fundação Getulio Vargas, que o ajuste fiscal realizado pela equipe econômica é insuficiente e tem problemas de qualidade. Segundo Fraga, o esforço do governo tem problemas de ordem qualitativa e quantitativa, e o primeiro governo Dilma aumentou a falta de transparência fiscal ao mesmo tempo que implementou um processo contínuo de aumentos de gastos públicos.
“O ajuste que está sendo proposta pelo meu ex-aluno é insuficiente e não vai estancar esse processo. É possível que o Brasil caminhe, entre a recuperação da credibilidade dos dados e o fim das pedaladas, pelo aumento da relação divida/PIB. Isso é um quadro muito preocupante — afirmou Fraga. — Há problemas com a qualidade do ajuste, que peca pelo lado qualitativo e é insuficiente do lado quantitativo. Nosso orçamento é muito rígido e vai aumentando a carga tributária. Temos um problema orçamentário que espelha as dificuldades da nossa sociedade que continua extremamente desigual. Pouco investimento, pouca produtividade, muita incerteza”, afirma Fraga.
Fraga fez críticas ainda à chamada nova matriz econômica e disse que o país convive com um quadro de falta de crescimento da renda per capita que combina ainda problemas de natureza macro e micro, institucional, politica e cultural.
“Eu acredito que estamos vivendo uma colossal crise do estado. O modelo econômico do segundo mandato do governo Lula e que foi turbinado no Dilma que uma nova matriz econômica que é ultrapassado e extremamente vulnerável à captura. Nossas instituições econômicas são muito frágeis”, disse.