Em meio ao cenário de recessão econômica, o governo federal arrecadou R$ 103,530 bilhões em impostos e contribuições em outubro, queda real de 11,33% sobre igual mês de 2014 e pior resultado para esse mês desde 2009.
No acumulado do ano até o mês passado, a arrecadação somou R$ 1,004 trilhão, com recuo real (descontada a inflação) de 4,54%, divulgou a Receita Federal nesta terça-feira.
“A economia tem uma certa inércia, hoje a trajetória é descendente”, afirmou a jornalistas o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias.
Além da frustração de receitas, as desonerações continuaram pesando. No acumulado do ano, elas somaram R$ 87,44 bilhões, contra R$ 80,48 bilhões no mesmo período do ano passado.
A Receita informou ainda que, neste ano até outubro, a arrecadação extraordinária somou R$ 13,1 bilhões, sendo que, em igual período do ano passado, ela havia ficado em R$ 8,76 bilhões.
De um lado, a recessão econômica vem impactando fortemente a arrecadação do governo e, de outro, a turbulência política vem atrasando a aprovação de medidas de ajuste fiscal pelo Congresso, golpeando o humor dos mercados e adiando a arrecadação de receitas extraordinárias.
Após iniciar o ano com a meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões, ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o governo já busca aprovar no Congresso a alteração do alvo para déficit de até R$ 117 bilhões no pior dos cenários, que considera o pagamento de R$ 57 bilhões em “pedaladas fiscais” e a não obtenção de R$ 11,1 bilhões com leilão de hidrelétricas.