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Aparelhos de GPS estão com o preço em queda e se popularizando | Reprodução/Globo Online
Aparelhos de GPS estão com o preço em queda e se popularizando| Foto: Reprodução/Globo Online

Obras para interligar o continente

A ponte entre Brasil e Guiana é um dos vários projetos que têm como objetivo a integração física dos países da América do Sul. Em janeiro de 2006, foi inaugurada a ponte sobre o rio

Acre, ligando o Brasil ao Peru. Atualmente está sendo duplicado o trecho da BR-101 entre Palhoça (SC) e Osório (RS) que, interligado à Ruta 14, no Uruguai, vai formar a "rodovia do Mercosul".

Falta de recursos, burocracia e irregularidades na contratação de obras, no entanto, têm atrasado a implementação de vários projetos tidos como fundamentais para fazer a ligação entre os países da região. Estima-se que apenas 10 dos 29 empreendimentos de infra-estrutura selecionados como prioritários pelos líderes da região saíram do papel até agora.

A construtora paranaense Arteleste Construções Ltda., com sede em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, venceu a concorrência para a retomada da construção da ponte que vai ligar o Brasil à Guiana. A ponte, de 450 quilômetros, sobre o rio Itacutu, ligará Bonfim, em Roraima, até Lethem, maior cidade do sul da Guiana, em um projeto estimado em R$ 11,4 milhões.

Os recursos estão sendo bancados pelo governo brasileiro, que tem interesse em aumentar o fluxo de comércio entre os dois países e substituir o transporte fluvial – de balsa – pelo rodoviário. A construção possibilitará o escoamento da produção agropecuária de Roraima, além de facilitar o transporte de produtos da Zona Franca de Manaus para o mercado internacional.

A Arteleste venceu a nova licitação da obra, que passou anos parada por conta de problemas com o Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou superfaturamento na contratação de serviços da construtora Queiroz Galvão, vencedora da licitação original. A construção, que estava interrompida desde 2002, foi retomada há oito meses e deve estar concluída até março de 2008, segundo o engenheiro chileno Carlos Fischer, que em 1981 criou a Arteleste em parceria com o alagoano Túlio Beltrão.

O 6.º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC) do Exército é responsável pela obra, que está inserida no trecho entre o entroncamento com a BR-174 (Boa Vista) e a fronteira do Brasil com a Guiana.

A expectativa é que com a inauguração da ponte binacional, outros projetos, como a construção de uma nova rodovia e uma ferrovia que vão cortar o país até a região norte da Guiana, onde está a capital Georgetown, possam sair do papel. "Há projetos estimados em US$ 2 bilhões que poderão ser bancados por investidores privados", diz Fischer.

Obra

A ponte terá uma elevação que permitirá a inversão de mão, já que a Guiana, que é ex-colônia britânica, adota o modelo inglês de direção. O projeto foi também adaptado para suportar as condições do rio Itacutu (Takutu, na Guiana), que registra enchentes entre março e julho.

"Estamos vivendo um momento mais positivo para o setor, com a retomada das obras de infra-estrutura", diz o engenheiro, para quem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pode estimular ainda mais o setor.

Essa é a primeira obra internacional da construtora, que nos últimos tempos venceu várias licitações, como a da construção da ponte sobre o canal do Mosquito, no Maranhão. A obra ficou pronta em 2005, com recuros atualizados de R$ 20 milhões. A empresa está executando ainda, dentre outras, a duplicação da BR-101 em Sergipe e no Rio Grande do Norte, obras que, juntas, estão estimadas em R$ 18 milhões. A Arteleste também é a responsável pela primeira etapa da recuperação do hangar do Zeppelin, no Rio de Janeiro.

Faturamento

Pelo segundo ano consecutivo, a construtora deve obter um crescimento de 20% no faturamento, que deve alcançar R$ 20 milhões. Segundo Fischer, a empresa tem hoje em carteira projetos que somam R$ 30 milhões. "Além de novos projetos, temos verificado melhora no fluxo de pagamento. No passado tínhamos que esperar seis meses para receber pelo trabalho e recorrer a bancos para pagar funcionários", lembra. Hoje o fluxo de pagamento está mais ágil, em média de dois meses.

A empresa atribui o seu bom desempenho ao formato de operação. A construtora mantém uma oficina, junto à sua sede administrativa, onde fabrica os próprios equipamentos auxiliares, o que lhe permite reduzir custos e ter controle de processos. Com um total de 200 funcionários, a Arteleste mantém 50 pessoas trabalhando na ponte sobre o rio Itacutu.

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