Os fios de seda produzidos no Paraná vão virar tecido em Petrópolis e lenços estampados em SP| Foto: Bruno Covello/Gazeta do Povo

A partir de janeiro, o selo das cooperativas do Vale da Seda – região que engloba 29 municípios do Noroeste do Paraná – será o atestado de qualidade de uma coleção limitada de 400 lenços que estará à venda em lojas e pela internet. O projeto é uma das formas com que o Instituto Vale da Seda tenta convencer as confecções da região a adotar a seda como matéria-prima para acessórios de moda.

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Os fios de seda, produzidos a partir dos casulos fornecidos pelas 4 mil famílias que criam o bicho-da-seda no estado, vão virar tecido em Petrópolis (RJ) e lenços estampados em São Paulo. As estampas, inspiradas na natureza, foram criadas por quatro artistas plásticas paranaenses, de Curitiba, Maringá, Nova Esperança e Santa Fé.

O objetivo do Instituto Vale da Seda, que investiu R$ 60 mil no projeto, é agregar valor à produção do maior polo ocidental do bicho-da-seda. Os lenços são a primeira etapa de uma empreitada que deve ser ampliada mais à frente. A segunda fase será a criação de lenços e echarpes pintados à mão pelas artistas, com certificado de autenticidade que poderá ser consultado pela internet.

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Minicoleção

Para 2014, o instituto alinhava um projeto mais ousado com o Tex Brasil, programa de internacionalização da moda brasileira ligado à Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit). A proposta é a criação de uma minicoleção que será desenhada e confeccionada por empresas da região do Vale da Seda. Foram mapeadas 40 candidatas a participar do projeto, entre as 4 mil confecções do Noroeste.Segundo João Berdu, presidente do Instituto Vale da Seda, a ideia é que a minicoleção abranja moda masculina e feminina, jovem ou adulta. Nela, todas as facetas da seda serão exploradas. Será possível, por exemplo, confeccionar alfaiataria usando uma seda cuja fibra lembra fina lã. "A ideia é que a gente faça no ano que vem oficinas voltadas aos designers de empresas", conta Berdu.