Relembre como foi a Campus Party
A Gazeta do Povo cobriu in loco a edição deste ano da Campus Party. Clique aqui, acesse o blog e relembre o que de mais importante aconteceu na feira.
De toda experiência se pode tirar uma lição. Não foi diferente com a Campus Party 2012, que terminou no sábado no Parque Anhembi, em São Paulo. O encontro, considerado um dos maiores de tecnologia do país, foi recheado de conteúdo, troca de informações e conhecimento, vivência social e até novas amizades. Também houve problemas, principalmente de infraestrutura, comuns em eventos desse porte são cerca de 7 mil participantes, sendo que 5 mil ficam acampados no local, e muitos visitantes por dia na área de exposição, aberta ao público. Mas nada tão grave ou marcante que fosse capaz de prejudicar a festa, que cada participante aproveitou da sua maneira, extraindo o melhor para si. Mas o que a Campus Party pode ensinar, ou pelo menos apontar, para a sociedade? A reportagem acompanhou tudo e, como os campuseiros, trouxe vários aprendizados na mala. Abaixo, uma seleção de 10 lições extraídas dessa experiência.
Várias tribos em uma só
Para além de um evento de tecnologia, a Campus Party é um acontecimento social. É ideal para trocar experiências, conhecimentos, conhecer pessoas e ser conhecido. Tudo isso por que dentro dessa mesma tribo costumeiramente chamada de nerds ou geeks há muitas diferenças. Há os fanáticos por games, os das mídias sociais, o pessoal das redes, os da robótica, casemods, software livre, etc. E todos se respeitam dentro do mesmo clima festivo.
Criatividade e inovação
A criatividade sempre foi uma marca da Campus Party. O clima de liberdade faz com que ideias surjam de uma hora para outra. Mas, ao lado do conceito inovação, ela também esteve em palco como palavra de ordem. Todos estão procurando, em todas as áreas, em todos os profissionais, essa qualidade. Afinal, ela é uma das coisas que nos diferencia das máquinas.
Games não são somente jogos
Os games passaram do status de mero instrumento de diversão para ferramentas de aplicações práticas e produtivas. Sejam em tratamentos de saúde ou dentro das empresas, que podem aproveitar seu modo de operação principalmente em setores de criatividade e em organizações voltadas à inovação. Apesar das interessantes discussões sobre esses usos em outras áreas o conceito é chamado de gameficação -, o que mais se viu eram campuseiros se divertindo com jogos em rede mesmo. Afinal de contas, videogames também podem servir só para diversão.
O paraíso das marcas
Em um evento com tanta gente, o apoio das marcas se torna essencial para a sua realização. Para o público, os patrocínios, apoios, estandes e promoções tornam-se parte do dia a dia, tamanha a frequência. Mas não parece haver nenhum problema nisso. Esse tipo de apoio é bem visto e os brindes são muito procurados pelos participantes. Prova de que é possível unir o trabalho de marketing a um evento com benefícios para empresas, organização e participantes.
Empreendedorismo
Nunca antes se pensou tanto em se abrir sua própria empresa... na internet. Startups, geek economy, empreendedores digitais são algumas das palavras da moda. Mas para chegar lá é preciso incentivo, apoio e conhecimento. A Campus Party deu seu empurrão, com área específica, patrocínio do Sebrae e até reality show. Quatro equipes realizaram durante quatro dias diversas tarefas relacionadas à criação e manutenção de "empresas digitais" para todos os interessados assistirem. Até Paulo Bernardo, atual ministro das Comunicações, deu sua forcinha, visitando o evento. "Eu acredito em um Vale do Silício brasileiro", disse na ocasião.
Educação em pauta
A difícil interação entre educação e tecnologia também foi tema recorrente em painéis e palestras. Mesmo com as opiniões de diversos especialistas, como Sugata Mitra, professor visitante do MIT e pesquisador das relações entre educação e tecnologia, fica claro que é necessário pensar mais nessa problemática para evoluir no assunto e achar soluções no Brasil. Algumas teses defendem que a tecnologia deve provocar a curiosidade dos alunos, outros que devem ser instrumento de criação de conteúdos e o aprendizado se daria no processo. Mas todos defendem a centralidade de uma ferramenta especial dentro de sala de aula: o professor bem preparado.
Mídia em debate
Assunto recorrente nas Campus Party, a mídia sempre está presente nos debates. Sejam elas novas, como as mídias sociais, ou tradicionais, como os jornais. Quais estão surgindo e morrendo continua sendo o assunto, sem muitas respostas. Além dos impressos, já quiseram "matar" o Twitter e os blogs. Enquanto isso, tudo continua sendo usado ao mesmo tempo, e cumprindo suas funções. Afinal, o mundo não para.
Personalidades presentes
Na Campus Party não é difícil tropeçar em personalidades do meio digital. Algumas passeiam à vontade pelos corredores e mesas, outras aparecem só na hora da palestra. Cada nicho tem os seus destaques. Entre muitos outros, passaram pelo evento o humorista Rafinha Bastos; a dupla do blog e podcast Jovem Nerd, Alexandre Ottoni e Deive Pazos, atualmente radicada em Curitiba; PC Siqueira, videocaster e apresentador da MTV; e Jon "Maddog" Hall, diretor executivo do Linux.
Tecnologia também é política
A política sempre foi uma tônica por trás de alguns movimentos ligados à tecnologia, e não foi diferente na Campus 2012. Talvez um dos mais emblemáticos seja o de Software Livre, que prega a informação liberada para compartilhamento, cópia, modificação ou reprodução. Mas é possível notar que essa ideia é conceito comum entre os campuseiros. Isso também se refletiu nas apresentações, com palestras e debates com representantes de movimentos ligados à essa ideologia, além de grandes nomes, como o Diretor Gerente da Wikimedia Foundation, Kul Wadhwa.
Segurança
Uma das grandes preocupações em todas as edições do evento é a segurança. Com a proximidade da Copa no Brasil e outros grandes eventos internacionais, ela foi ainda maior, chegando a causar alguns transtornos, como enormes filas nas máquinas de raio-x para entrar e sair do evento. Um jovem chegou a ser preso em flagrante roubando laptops. A segurança da rede de internet também foi testada. No primeiro dia, um jovem foi expulso por atacar o sistema e deixar todos sem internet.
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