Comemorado nesta terça-feira (17), o Dia Mundial da Internet é tradicionalmente alvo de ações de várias empresas de tecnologia, que aproveitam a data para reforçar cuidados e orientações para aproveitar o melhor da rede, sem cair em armadilhas ou dar de cara com conteúdo inapropriado – risco sempre presente para quem tem crianças em casa, que já não desgrudam mais do celular ou do tablet.
Para marcar a ocasião, o Google está lançando nesta terça-feira a campanha #WebSemRiscos, que traz cinco vídeos didáticos com dicas básicas para ensinar os internautas a se proteger de ameaças virtuais e a incrementar a segurança nos computadores e em dispositivos móveis.
A Gazeta do Povo conversou com o diretor de políticas de segurança para a América Latina, Roberto Gutierrez, para fazer um compilado dos cuidados essenciais para fugir de roubadas na internet – dicas que também estão presentes em detalhes nos vídeos da gigante de buscas.
Saiba como recuperar senhas
Utilizar uma senha “forte”, com números e letras (e nunca uma palavra completa ou data de aniversário, por exemplo) é uma recomendação básica e bastante disseminada. Mas muitos se esquecem ou relevam outro cuidado essencial: fazer senhas diferentes para os vários serviços usados. “É essencial não repetir a mesma senha para todos os sites. As senhas são como chaves e muitas pessoas se esquecem disso ao utilizarem uma única senha para tudo. É como se um ladrão roubasse a chave de sua casa e conseguisse ligar o carro também”, alerta Gutierrez.
Além disso, o executivo do Google recomenda o que chama de “gestão da senha”. Configurar antecipadamente maneiras de recuperar a senha (caso o usuário se esqueça), por exemplo, é essencial para evitar a perda de perfis ou documentos importantes.
Utilize a verificação em duas etapas
Pode não parecer muito prático, mas a chamada verificação em duas etapas é essencial para proteger dados mais importantes na internet. Neste caso, além da senha comum, o usuário precisa colocar também um código extra que recebe no momento do login, geralmente por meio do celular (semelhante ao usado por bancos).
E, caso não esteja com o celular à mão, o usuário pode imprimir antecipadamente em um papel uma lista com esses códigos – cada vez que um é usado, ele se desativa para sempre. A ideia é justamente complicar a vida de hackers e garantir que sua privacidade não esteja à mercê de uma única senha. “Ao fazer isso, você ativa duas camadas de segurança, aliando algo que você tem na cabeça (a senha) com algo que você tem à mão (o código). O risco diminui muito”, reforça o diretor de segurança do Google.
Evite ataques de engenharia social
Todo mundo já recebeu, seja em casa ou no trabalho, um e-mail de um bom samaritano desconhecido que quer doar milhões de dólares e, para isso, precisa “apenas” dos seus dados pessoais e do número da conta. Ou, ao entrar em um site, foi surpreendido com um pop-up enorme dizendo que o computador está infectado e, para dar conta do problema, é preciso baixar um programa.
Esses são os chamados ataques de engenharia social, quando alguém mal intencionado tenta induzir o usuário a fazer o download de um software malicioso ou compartilhar informações pessoais. Os meios mais usados para isso são e-mails, anúncios na internet ou sites falsos. Vale ficar atento à URL (endereço) do site e verificar se ela começa com “https” – o s indica que a conexão do site é criptograda e segura. “Esses ataques ocorrem quando o usuário acessa um e-mail ou site que parece ser familiar, de uma fonte confiável, mas não é. A intenção dos golpistas é justamente essa, fazer com que você se engane. Fugir disso é simples, mas requer atenção”, diz Gutierrez.
Fique atento aos sinais de que seu computador foi invadido
Pode acontecer de o usuário acabar clicando onde não deve. Aí, é importante estar atento a sinais de que o computador já está infectado e, portanto, seus dados estão em risco. Alterações indesejadas no navegador de internet (como uma página inicial que você nunca viu na vida), anúncios e pop-estranhos que surgem na tela toda hora e o computador mais lento do que de costume são indícios de que é hora de recorrer a um anti-vírus ou a um especialista.
“A maioria das pessoas não tem consciência de que podem sim ser vítimas de um golpe pela internet. Todas as identidades online têm valor hoje em dia. Você não precisa ser uma celebridade ou alguém ‘especial’ para ser um alvo em potencial”, alerta o executivo do Google.
Filtre o tipo de conteúdo que seus filhos podem ver
Quem tem crianças em casa já sabe: fazer com que elas desgrudem do celular, do tablet ou do computador pode ser um desafio e tanto. Aqui, a responsabilidade deve ser assumida pelos pais, com antecedência. De maneira simples, é possível, por exemplo, utilizar um filtro que vai bloquear resultados de busca impróprios para os pequenos. O YouTube também tem um modo restrito para bloquear alguns tipos de vídeos (que pode ser ativado com senha, para evitar que as crianças driblem o filtro). E, por fim, é possível criar perfis restritos nos celulares – os pais podem criar um perfil que habilita só aplicativos específicos e entregar o celular para a criança sem medo de que ela fique fuçando no aparelho e acesse programas ou conteúdo impróprio.
“Manter a web segura é uma responsabilidade de todos. O usuário espera, e com razão, que as empresas façam tudo que está ao alcance para proteger as suas informações pessoais, mas, por mais que a gente se esforce, não adianta nada se este usuário não tomar alguns cuidados básicos”, reforça Gutierrez.