Já há gente falando que a TV digital vai criar empregos, embora só no fim do ano devam começar as primeiras transmissões no país, em São Paulo. Em Curitiba, as emissoras têm até 31 de março de 2008 para requerer ao Ministério das Comunicações o começo das transmissões no novo sistema, mas os primeiros programas no formato devem demorar mais uns dois anos para ir ao ar. Ou seja, ainda falta tempo para que o modelo que promete revolucionar a forma de assistir televisão fique realmente popular.
O setor audiovisual como um todo é extremamente promissor como gerador de vagas de trabalho. E a alta definição de imagem, novos equipamentos e interatividade devem fazer aumentar a demanda por profissionais especializados nas emissoras e na indústria.
Tanto é que o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, afirmou que a formação de pessoal qualificado para trabalhar na televisão digital brasileira é uma necessidade urgente. "Precisamos nos antecipar para não sermos pegos de surpresa. Hoje, temos professores qualificados no sistema de pós-graduação, mas é necessário multiplicar esse conhecimento e formar profissionais capacitados para dar suporte às empresas quando o modelo digital entrar em funcionamento", explica.
Por isso, a Capes vai promover cursos de pós-graduação para formar profissionais e pesquisadores para atuar nas diversas tecnologias que o modelo digital utiliza, como engenharia de computação, microeletrônica, novos materiais, nanotecnologia, ciências da informação e outros.
A Universidade Metodista de São Paulo é uma das que se anteciparam e já criou um curso de especialização chamado Produção para TV Digital, cujas aulas começam agora em março. A Metodista também começou a implantar ensinamentos em cursos de graduação. "Todas as capitais vão ter que fazer esses cursos", explica o professor Sebastião Squirra, coordenador da faculdade de Comunicação Multimídia da universidade. "Com a chegada da TV digital, vai ser tudo alterado radicalmente. Hoje em dia, uma simples ruga em um ator pode ser retirada com uma maquiagem de três minutos, mas com a HDTV [alta definição], isso não vai adiantar. Os objetos e cenários também terão de ser mais elaborados. Ou seja, é um volume gigantesco de problemas que surge", continua.
Da mesma maneira pensa o cineasta Fernando Severo, um dos coordenadores do recém-lançado curso de Cinema Digital do Centro Europeu. "A TV digital vai mudar a qualidade da imagem e aumentar a interatividade. Vai haver uma expansão de conteúdo, como cenas alternativas, ângulos diferentes do que está sendo transmitido", explica. Segundo ele, o curso vai mostrar também como será a produção para a nova televisão. Além disso, Severo acredita que o setor audiovisual como um todo tem um potencial enorme, devido à difusão de novas mídias.
Outro profissional da área que acredita no potencial da TV digital é a coordenadora da Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV (CineTVPR), a atriz, educadora e produtora Ítala Nandi. "Em pouco tempo não vai mais existir o cinema tradicional, de película", antevê. Seguindo esta tendência inevitável, a escola incluiu uma disciplina sobre o assunto, que vai começar a ser ministrada neste ano no curso de graduação da instituição. Além disso, deve entrar em funcionamento neste ano o Instituto CineTVPR, que vai oferecer cursos livres e rápidos de cinema.
Serviço:
Centro Europeu (41) 3222-6669 www.centroeuropeu.com.br.
CineTVPR (41) 3551-1431 www.cinetvpr.pr.gov.br.
Universidade Metodista (11) 4366-5600 www.metodista.br.