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Negócios

As novas mães empreendedoras

Para atender as mamães empreendedoras, Valquíria Pamplona abrirá um espaço de coworking para quem tem filhos pequenos. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Para atender as mamães empreendedoras, Valquíria Pamplona abrirá um espaço de coworking para quem tem filhos pequenos. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Uma missão complicada é falar com uma mãe de negócios. Como polvos, cumprem tantas tarefas quantas – ou mais – de que seus tentáculos dão conta. Se dividem entre o celular, as agendas do cliente e da criança, os compromissos profissionais e domésticos, a atenção a ela mesma e à família. E tudo por escolha própria, feita por causa da mudança na vida e na rotina que a maternidade traz à mulher trabalhadora.

Dividida entre a volta ao trabalho e a atenção ao filho, a mulher busca alternativas para conciliar seus compromissos . Muitas optam por um novo projeto, em que exercem suas profissões ou novas atividades com horários mais flexíveis para também estarem próximas da prole. Em um mercado de trabalho arisco à participação feminina, com desigualdade de salários, condições e avaliações, partir para um empreendimento próprio tem sido uma solução para coordenar desejos e necessidades que a maternidade impõe a quem também não quer abrir mão de trabalhar e ser economicamente ativa.

A gestão da carreira exige autoconhecimento e a maternidade dá essa oportunidade de repensar caminhos, inclusive os profissionais. O mercado de trabalho ainda tem muitas restrições à rotina da mulher-trabalhadora-mãe. Não faltam exemplos de quem abandonou sua carreira diante da pressão por resultados em uma jornada incompatível com a vida familiar. “Há áreas em que a flexibilidade é maior. Algumas empresas mais sensíveis à produtividade dessa profissional estão saindo na frente ao valorizar essa nova condição para reter talentos. Mas o momento também é apropriado para a mulher avaliar o que a faz mais feliz”, diz a psicóloga Carina Daniel, diretora executiva da JCS Network, especializada em gestão e desenvolvimento humano.

No empreendedorismo materno, a rotina de quem se arrisca em abrir um novo negócio ganha, ao mesmo tempo, uma motivação e uma complicação. “Empreender não é trabalhar menos para estar mais perto da criança. É poder decidir quando estar e com que qualidade desfrutar desse tempo”, explica a jornalista Grace Barbosa, fundadora do site Mãezíssima, plataforma de conteúdo para mães e famílias. Mãe da Júlia, de três anos, Grace trocou o emprego formal pelo negócio próprio, seduzida pela possibilidade de dividir experiências com outras mulheres na mesma situação, compartilhando informações sobre a rotina do bebê e as transformações íntimas que a mulher passa com a maternidade. “Mas é um projeto familiar, em que o suporte em casa é fundamental, até que o negócio ganhe rentabilidade. Fora isso, tocar um negócio também exige uma rede de apoio, por mais flexíveis que sejam seus horários”, diz.

Na avaliação da empresária Lênia Luz, fundadora do blog Empreendedorismo Rosa, a facilidade da comunicação que a internet e as redes sociais proporcionam é um estímulo importante para fomentar o empreendedorismo entre as mulheres, especialmente as mães. “Somos mais relacionais, gostamos de contar e de ouvir histórias. Também é reconfortante saber que tem mais gente na mesma condição. A troca de experiências ajuda a superar dificuldades que todas vivemos”, diz. A possibilidade de dividir essas angústias de uma nova fase da vida está traduzida em uma infinidade de blogs, sites e perfis sobre o tema, expondo necessidades em escala global do que antes eram restritas a círculos íntimos. E isso gera novas oportunidades de negócios.

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