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A empresa estatal Ferroeste (Estrada Paraná Oeste S/A) pretende desembolsar menos do que o consórcio Ferropar, cuja falência foi decretada no último dia 14, vinha pagando pelo uso das 15 locomotivas e 110 vagões empregados no trecho de 248 quilômetros de ferrovia que liga Cascavel a Guarapuava.

Segundo o diretor administrativo, financeiro e jurídico da Ferroeste, Samuel Gomes – que esteve ontem em Guarapuava vistoriando a frota –, o valor do contrato firmado entre a antiga concessionária responsável pelo trecho e a empresa proprietária dos equipamentos é abusivo. A nova administração do trecho também pretende economizar na compra de combustível, por meio de um pregão eletrônico.

"Não admitimos a possibilidade de essas locomotivas e vagões serem retirados durante a safra. Vamos pagar o preço justo. Estamos analisando uma proposta de preço de aluguel, mas primeiro queremos ver o antigo contrato de leasing, que foi solicitado e não foi repassado", afirma Gomes. O diretor da Ferroeste diz que o estado de manutenção dos vagões é aceitável, mas que as condições em que se encontram as locomotivas é preocupante. "Das 15 locomotivas, seis estão avariadas e não têm condições de funcionamento. Não é suficiente", prevê.

Sem entrar em detalhes sobre antigos valores de contrato e necessidades de gastos para recuperação da frota, Gomes diz que todas as providências devem ser tomadas na primeira quinzena de janeiro, antes do escoamento da safra.

A Ferroeste também pretende promover nos próximos dias um pregão eletrônico para compra de 450 mil litros de óleo diesel. Quanto retomou o controle da ferrovia, no dia 18 deste mês, a empresa de economia mista encontrou estoque de combustível suficiente para apenas um dia. "Hoje fazemos uma segunda compra emergencial e o objetivo é que as próximas compras sejam por pregão. A papelada para que isso aconteça já está pronta", explica Gomes.

A situação do pagamento do 13.º salário dos funcionários e as condições de rescisão de contrato dos empregados da Ferropar é outro item na lista de preocupações urgentes da nova administração da ferrovia. O diretor da Ferroeste se reuniu ontem com o responsável pela gestão da massa falida da concessionária, Augusto De Conto, para tratar do tema. De Conto foi convidado para a função de administrador da massa falida pelo juiz da 3.ª Vara Cível de Cascavel, Rosaldo Pacagnan, autor da sentença que decretou a falência da Ferropar.

Construída pelo governo paranaense em parceria com o Exército entre 1991 e 1994, a ferrovia custou na época US$ 360 milhões, pagos com recursos do estado, e foi privatizada em 1997. Na época, o consórcio privado Ferropar, formado pelas empresas Gemon (Geral de Engenharia e Montagem S/A), FAO (Empreendimentos e Participações Ltda.), Pound S/A e América Latina Logística (ALL), venceu a licitação pública para explorar a estrada de ferro por 30 anos. Em seu segundo mandato, Requião travou uma briga nos tribunais para retomar a Ferroeste. A falência do consórcio foi decretada no último dia 14.

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