O asfalto pode não ser a cura para todos os males, mas ajuda bastante. Se uma boa pavimentação não é suficiente para levar empresas às cidades, pelo menos torna o caminho mais fácil. "A estrada asfaltada dá garantia de trafegabilidade. Isso é um grande passo", diz o coordenador do banco de dados do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), François Bremaeker. Segundo ele, municípios que têm a economia centrada na produção agrícola tendem a obter efeito benéfico imediato com o asfalto. "O produtor tem a certeza de que vai colocar no mercado o que produz."
Histórias como a de Tunas, avalia o especialista em administração pública, têm de ser avaliadas com cuidado. Antes que a prefeitura se mobilize para atender toda a demanda gerada pela população recém-chegada, é preciso questionar se estas pessoas vão ficar. "Dependendo das intenções das empresas, estas pessoas logo vão embora e não há motivo para ficar gastando com uma estrutura que vai ficar ociosa." Mesmo que as empresas fiquem, diz Bremaeker, as prefeituras tendem a sentir os reflexos positivos no orçamento apenas após três anos. "Até que o efeito no valor adicionado ao ICMS seja realmente redistribuído ao município, demora um tempo."
Para Ivandenir Pereira, coordenador do Projeto Universidade no Vale, da UFPR, a "receita do bolo" para o Vale do Ribeira está pronta, falta apenas que os ingredientes se reúnam. "A estrada asfaltada é um deles, mas falta investimento das três esferas de governo."