A Petrobras produziu 2,7 milhões de toneladas de asfalto em 2010, 43% a mais do que no ano anterior e só um pouco menos do que as 3 milhões de toneladas previstas pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfaltos (Abeda), em reportagem feita em maio pela Gazeta do Povo. O volume é recorde e a demanda cresceu estimulada especialmente pelas obras de infraestrutura no país.
Com isso, confirma-se uma tradição, apontada por este jornal no começo do ano passado: a de que os anos em que há eleição são os campeões em produção de asfalto. Historicamente, nos anos de disputa eleitoral as refinarias de petróleo vendem 20% a mais dos ligantes asfálticos, segundo a Abeda.
Casa portuguesa
O grupo português Bascol que está estreando no Brasil com a entrega em maio de dois prédios residenciais em Curitiba anuncia um investimento de R$ 250 milhões no primeiro semestre, para construir mais cinco edifícios, quatro na capital e um em Londrina. A empresa segue o ritmo ainda muito aquecido do mercado imobiliário local.
A estimativa do Sinduscon-PR é de que em 2010 tenham sido aprovados alvarás para a construção de mais 3 milhões de metros quadrados residenciais. O valor de venda chega a R$ 8,3 bilhões, 41% maior do que em 2009. É mais do que o PIB de Londrina, segunda maior cidade do estado.
Mininovidades
Pioneira no país, a loja da marca Mini Cooper em Curitiba volta suas baterias para o público feminino e para as famílias. O importador Euro Import passa a vender neste ano também os modelos Salt e Countryman, maiores e mais espaçosos do que o charmoso carrinho que começou a circular por aqui há dois anos.
Minis no nome, mas não nos preços. Para entrar para essa família cheia de estilo e tecnologia BMW, o comprador desembolsa no mínimo R$ 79,7 mil.
Boca no trombone.com
Atraso, falta de respeito e enrolação. São essas as três principais queixas feitas pelos consumidores na internet entre 30 de dezembro e 3 de janeiro, segundo monitoramento feito pela empresa Miti Inteligência. O estudo também mostra que a maior parte das reclamações se dirige às empresas de telefonia e às lojas virtuais, o que não surpreende quem costuma usar esses serviços.
As 17 mil interações monitoradas, tanto nas redes sociais quanto nos sites de reclamação, concentram críticas por atraso nas entregas e falta de qualidade no atendimento. E as empresas mais apontadas são Submarino, Americanas.com e Oi Telefonia, além de Tim, Claro, Vivo, Net, Shoptime e Mercado Livre.
Incerteza
A agência Thomson Reuters produz no Brasil um documentário sobre as restrições legais editadas pelo governo federal em agosto passado para o investimento estrangeiro em terras brasileiras de cultivo agrícola e florestal. Especialistas ouvidos sobre as consequências econômicas, como o advogado Tarcísio Kroetz, afirmam que a legislação provoca o congelamento de investimentos e retém projetos que dependem de parcerias internacionais.
As terras de estrangeiros somam 4,34 milhões de hectares, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária área equivalente ao tamanho das lavouras de soja do Paraná. Para reforçar as limitações, a Advocacia Geral da União (AGU) determinou que as vendas sejam registradas em livros especiais a serem revisados a cada três meses.
Carga pesada
A fabricante de caminhões Volvo, instalada em Curitiba, pode ganhar companhia em 2012. O Paraná está entre os três estados cotados para receber a fábrica que a NC2 joint venture entre a Caterpillar e a Navistar pretende construir no Brasil nos próximos anos, com investimentos de US$ 200 milhões. A empresa produz caminhões da marca International, apenas para exportação, na fábrica da Agrale em Caxias do Sul (RS). Mas quer ter uma unidade própria, maior e voltada ao mercado interno.
Na nova fábrica, a NC2 deve montar modelos das marcas International e Cat, com até 90% de componentes nacionais o que seria ótimo para o parque de fornecedores do setor automotivo da Grande Curitiba.
De acordo com o site Relatório Reservado, os outros concorrentes no páreo são Canoas, no Rio Grande do Sul, e São Paulo. Além do polo automotivo já formado, pode pesar a favor do Paraná o fato de que a Caterpillar está se instalando em Campo Largo, onde, a partir de setembro, vai produzir carregadeiras e retroescavadeiras. A NC2 deve decidir até metade do ano.
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Encantando jovens
Exemplos como o do norte-americano Mark Zuckerberg, criador do Facebook aos 18 anos e homem do ano pela revista Time, ainda influenciam pouco os jovens brasileiros à procura de uma opção de carreira. Recém-eleito para um segundo mandato à frente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação Regional Paraná (Assespro Paraná), o empresário Mauro Sorgenfrei (foto) conversou com o repórter Osny Tavares e apontou como uma das principais dificuldades do setor a atração de mão de obra. Ele disse também que as empresas locais devem se adaptar aos padrões internacionais, visando a se preparar para atacar novos nichos de mercado.
Os exemplos recentes de sucesso na área estão estimulando os jovens a ingressar nas carreiras relacionadas à Tecnologia da Informação (TI)?
Eu acho que esse é o nosso grande desafio. A pouca mão de obra gerada é extremamente cara ao mercado. A competição entre as empresas é tão grande que se torna muito comum perder colaboradores para outras companhias. Percebemos que essa geração Y, formada por jovens imediatistas e ligados à tecnologia, talvez não queira investir muito em desenvolvimento intelectual e acadêmico. Estamos tendo que reinventar a maneira como a universidade vai capacitar os estudantes. Infelizmente, os cursos superiores relacionados à Tecnologia da Informação têm tido dificuldade para preencher as vagas ofertadas.
As empresas de TI estão conseguindo implantar novos modelos organizacionais, que sejam mais interessantes para os novos profissionais?
A inovação tem que estar no coração de qualquer empresa dessa área, seja na questão produtiva, seja no desenvolvimento e na manutenção dos seus colaboradores. A gente emprega muito essa piazada nova, e temos que nos desdobrar para manter e motivar esse pessoal, fazendo com que a criatividade deles flua. Das vinte empresas consideradas as melhores para se trabalhar, segundo a consultoria Great Place to Work (em estudo publicado com exclusividade pela Gazeta do Povo em novembro), seis pertencem ao ramo de TI e são associadas à Assespro. Essa postura é também uma questão de necessidade. A mão de obra para o setor está extremamente competitiva. Então, para evitar a perda de um profissional depois de investimentos em treinamento e desenvolvimento, as empresas se destacam em dar condições para que o colaborador produza com alegria, e produza mais.
Apesar de se tratar de um mercado bastante descentralizado, ainda há entraves para o crescimento das empresas locais de tecnologia?
As empresas têm sido pujantes e arrojadas, para se destacar em sua região e alcançar nichos de mercado maiores. A Assespro está fomentando e treinando os empreendimentos do estado. Nos últimos quatro anos, as empresas paranaenses estão se capacitando internamente. A próxima etapa será conquistar acesso a outros mercados. Incentivamos as empresas a se internacionalizarem cada vez mais. Elas não irão necessariamente vender produtos, mas precisam se integrar aos modelos e padrões internacionais de tecnologia da informação.