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Crise

Assembléia pode decidir hoje futuro da Varig

Rio de Janeiro – Três grupos estão interessados em participar do leilão da operação nacional da Varig, se a proposta de divisão da companhia for aprovada na assembléia dos credores da empresa, que ocorre hoje na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

A informação foi dada ontem por Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, contratada pela Varig para conduzir o processo de recuperação. Segundo Gomes, os grupos interessados são liderados pela ASM Asset Management, por um banco nacional de investimento e por um fundo californiano.

Os credores vão analisar quatro propostas. A mais cotada é a criada pelo governo federal, por credores e pela Justiça do Rio, e pretende dividir a empresa: uma sem dívidas, que atuaria no mercado nacional, e a outra internacional, com as dívidas.

Neste caso, a primeira empresa seria leiloada em um prazo estimado de 60 dias. Além dos três confirmados por Gomes, outros grupos podem se interessar pelos vôos domésticos da Varig.

Os participantes da assembléia devem apreciar ainda as ofertas da Volo, controladora da Varig Log, do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) e a do consultor Jayme Toscano.

O valor total da proposta da Varig Log é de US$ 400 milhões e prevê a manutenção de metade dos empregos. Ela divide a Varig em duas companhias: uma nova com os ativos operacionais e uma empresa velha, com dívidas.

Já a proposta de compra de Toscano é de US$ 1,9 bilhão, mas ele não informou a origem dos recursos. A da TGV é de R$ 2,5 bilhões, que inclui o uso da poupança previdenciária dos trabalhadores.

A assembléia de hoje será composta por funcionários da empresa e representantes de companhias de leasing e de estatais (BR Distribuidora, Infraero etc.), entre outros credores. Alguns deles afirmam que precisariam de um pouco mais de tempo para analisar os detalhes da proposta do governo, razão pela qual a reunião pode ser suspensa.

Financiamento

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, confirmou ontem que o governo irá conceder empréstimo, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), para o investidor que tiver condições de comprar a operação doméstica da Varig, dentro da proposta de divisão da empresa.

Segundo ela, a postura de "não colocar dinheiro em empresa falida" se aplica com exclusividade à Fundação Ruben Berta, dona de 87% do capital da empresa. O "empréstimo-ponte" em questão, estimado em cerca de US$ 100 milhões, é a peça chave do chamado "Plano B" de recuperação da empresa.

"Temos todo interesse em emprestar para alguém que tenha fundamentos sólidos. Não vamos emprestar se for mantida qualquer participação da Fundação Ruben Berta", disse Dilma. O motivo, segundo ela, é a "gestão não considerada eficiente".

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