O presidente executivo do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou nesta segunda-feira (24) que a associação com a seguradora Porto Seguro é um negócio de aproximadamente R$ 1,7 bilhão.
Com a mudança, a instituição passará a ser sócia da Porto Seguro, que ficará com a carteira de apólices do Itaú Unibanco nas áreas de automóveis e residências. Segundo Setubal, porém, no futuro pode haver parcerias das duas empresas em outros produtos.
De acordo com o principal executivo do Itaú Unibanco, nada muda imediatamente para os clientes da Porto Seguro, da Azul (outra marca da seguradora) e da Itaú Seguros e as três marcas de seguro continuarão sendo vendidas.
Segundo informações das empresas, a associação entre Porto Seguro e Itaú Unibanco terá a liderança dos mercados de seguros para carros e residências, contabilizando 3,4 milhões de automóveis e 1,2 milhão de residências seguradas.
Para Jayme Garfinkel, presidente da Porto Seguro, a associação com o Itaú Unibanco traz como principal atrativo a rede de atendimento do banco, que passará a comercializar seguros de sua empresa.
A operação envolverá a criação de uma nova empresa, com 57% de participação da seguradora e 43% do banco, que terá 70% da Porto Seguro. Os demais 30% continuarão no mercado, uma vez que a Porto Seguro é listada em bolsa de valores.
Repasse de carteiras
Com essa nova estrutura, a Porto Seguro vai incorporar a carteira de automóveis e residências do Itaú Unibanco, avaliada em R$ 950 milhões. Por sua vez, a Porto Seguro repassará parte de seu capital ao Itaú, fazendo uma nova emissão de ações.
A conclusão da operação depende de aprovação dos acionistas, da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e do Sistema Brasileiro de Defesa de Concorrência (SBDC). De acordo com Setubal, não há receio de que o negócio venha a ser embargado pelas autoridades, pois ele considera que o mercado de seguros não tem "barreira de entrada".
Antes de fechar a parceria com o Itaú Unibanco, a Porto Seguro vinha negociado desde junho deste ano uma associação com o Bradesco. O presidente da Porto Seguro, Jayme Garfinkel, diz que a negociação com o Itaú Unibanco começou no último dia 14, um dia após o rompimento das conversas com o Bradesco.
"A evolução do negócio lá [no Bradesco] não foi como nós queríamos", resumiu, dizendo ter comunicado o fim das conversas a um alto executivo do Bradesco.
"Havia há meses uma negociação com o Bradesco e [...] eu recebi emissários que comentaram comigo que poderia haver uma conversa com o Itaú Unibanco", disse Garfinkel.
"Eu passei para esses emissários que tem uma questão de confiança. Então quando o negócio do lado de lá ficou difícil, eu fui pessoalmente ao presidente do Bradesco [Luiz Carlos Trabuco Cappi] me explicar", lembrou.
"Ele ouviu as razões pelas quais estava sendo difícil e nós vimos que não era possível continuar. E no dia seguinte tivemos uma reunião com o Pedro [Moreira Salles, presidente do conselho do Itaú Unibanco] e o Roberto [Setubal] e foi aí que eu fiquei encantado", contou o executivo da Porto Seguro.