São Paulo por causa do recall de 850 mil brinquedos no brasil, A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) pretende processar a empresa norte-americana Mattel. Segundo o presidente da entidade, Synesio Batista da Costa, a retirada de brinquedos do mercado, anunciada pela empresa na terça-feira, prejudica a imagem do setor e pode provocar queda nas vendas. "É uma posição de defesa do mercado brasileiro de brinquedos. Se o consumidor deixar de comprar brinquedos, vou querer que a empresa se responsabilize legalmente por isso." A Mattel informou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
A empresa norte-americana anunciou o recall de 850 mil brinquedos vendidos no Brasil 21,8 milhões de peças em todo o mundo. Os produtos contêm ímãs que poderiam se soltar e ser engolidos pelas crianças.
Este foi o segundo recall anunciado pela Mattel só neste mês. No início de agosto, a empresa retirou do mercado dos Estados Unidos cerca de 1 milhão de brinquedos depois de descobrir que haviam sido pintados com tinta à base de chumbo.
Prejuízo
Para o diretor de marketing da Estrela, Aires Leal Fernandes, a notícia do recall "maculou" o setor de brinquedos nacional. "Infelizmente, o fato do maior grupo de brinquedos não ter controle de qualidade adequado é bastante significativo". Ele minimizou, no entanto, os efeitos sobre a indústria nacional. "A criança não vai deixar de brincar."
Segundo Fernandes, a Estrela não sentiu qualquer redução nas encomendas por conta do recall. Na Brinquedos IFA, de São Paulo, a notícia também ainda não prejudicou os negócios. "Não teve redução do volume de encomendas", informou a gerente de marketing Rita Rugolo.
O foco das preocupações está na China: os produtos retirados do mercado pela Mattel têm sua fabricação terceirizada no país hoje o maior fabricante mundial de brinquedos. Segundo um órgão do país responsável por zelar pela segurança dos consumidores, mais de 20% dos brinquedos e roupas para bebê fabricados na China não atendem aos padrões de qualidade.
As empresas nacionais importadoras, no entanto, afirmam que os produtos trazidos não apresentam quaisquer problemas para os consumidores.