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Videogame

Astro do rock virtual

A platéia está agitada e ansiosa para ver o show. São milhares de fãs que esperam seus ídolos do rock para mais uma apresentação antológica. E quem comanda a guitarra é você, uma verdadeira sumidade da música. Não é um devaneio de um aspirante a estrela pop, apenas mais uma fase do jogo Guitar Hero, para PlayStation 2, lançado no fim do ano passado nos Estados Unidos.

O título da Red Octane e da Harmonix é uma aula de rock para quem não domina o instrumento de verdade, porque traz no pacote um controle em forma de guitarra, inspirado na famosa Gibson SG – adotada por mestres como Angus Young (AC/DC), Tomy Iommi (Black Sabbath) e Frank Zappa, só para citar alguns. O acessório tem cinco botões, um comando que imita as cordas e uma alavanca de distorção.

Para testar a jogabilidade de Guitar Hero, a reportagem convidou dois exímios guitarristas da cena musical de Curitiba: André Scheinkmann, da banda Bad Folks, e Klaus Koti, do Hilbilly Rawhide e outros projetos. Os dois músicos gostaram do brinquedo. "É o melhor jogo de videogame que existe!", declarou Scheinkman, entusiasmado. Koti, no entanto, achou mais fácil tocar guitarra de verdade. "Mas é legal, porque tem opção para canhoto e dá para tocar com palheta", explica o instrumentista, acostumado a inverter o instrumento em seus shows.

Não deixou de ser divertido ver músicos íntimos das guitarras se batendo para acompanhar o jogo. E apesar de nem todos os profissionais gostarem, Guitar Hero é atraente para os amadores – e sonhadores. A trilha sonora faz parte do repertório de todo roqueiro. São 30 músicas de artistas como Red Hot Chili Peppers, David Bowie, Boston, Sum 41, Ozzy Osbourne, Audioslave, White Zombie, Jimi Hendrix, Franz Ferdinand, Queens of The Stone Age, Ramones, Black Sabbath e Deep Purple, entre outros imortais do rock.

A mecânica do jogo não é novidade, parece com a do similar Beatmania. Uma espécie de tablatura passa pela tela com os botões que você deve apertar. Se você acerta o tempo, a música sai com a guitarra bem definida. Do contrário, o som fica barulhento, típico de quem ainda está aprendendo. Ao fundo, o seu personagem agita pra valer – caso você toque bem, claro...

Guitar Hero evolui com o jogador. No começo, as apresentações são em bares pequenos, mas em poucas noitadas o jogador se vê em um megashow, ambientado num estádio ou coisa que o valha, tocando para centenas de fãs ensandecidos. Nessa hora não dá para errar! Senão o público vaia e você perde a fase.

O único inconveniente de Guitar Hero, para os brasileiros, é o preço. Enquanto nos EUA o jogo com a guitarra pode ser encontrado por US$ 60 (cerca de R$ 140), por aqui o produto não sai por menos de R$ 400. Mesmo assim, muita gente está doida atrás da diversão, tanto que a experiência da Gazeta do Povo com os guitarristas quase não deu certo. Pouco depois do "test drive", realizado em uma loja especializada de Curitiba, o estudante Hamilton Júnior levou a única guitarra-joystick disponível para casa. "Já avisei o meu irmão para montar o telão na sala para nós jogarmos", contou, empolgado.

O game testado foi gentilmente cedido pela Progames (41) 3233-5176, www.progamescuritiba.com.br

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