O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) observou uma deterioração "adicional" dos mercados internacionais desde junho. A palavra "adicional" foi incluída na ata da última reunião, divulgada hoje, sinalizando uma preocupação maior do Banco Central em relação ao cenário externo.
"O Copom observa que, desde sua última reunião, houve deterioração adicional dos mercados internacionais, com a volatilidade e a aversão ao risco se elevando, em grande parte, alimentadas por extraordinários níveis de liquidez e por incertezas crescentes quanto ao ritmo de recuperação da atividade global. Nesse período, aumentaram as preocupações com dívidas de países e de bancos europeus, inclusive de economias centrais, e com a possibilidade de desaceleração da atividade econômica na China", destaca o documento.
Na ata, os integrantes do Copom observam um recuo nos preços de importantes commodities, notadamente das agrícolas. Ao mesmo tempo, o Comitê verifica "certa estabilidade" na cotação da moeda norte-americana.
Na avaliação do Copom, as perspectivas "de modo geral" para o financiamento externo da economia brasileira seguem favoráveis. Em outra frente, destaca a ata, a trajetória dos índices de preços mostra clara disseminação de pressões inflacionárias nas principais economias.
IPCA
Os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não mencionam na ata divulgada hoje a intenção de fazer a convergência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o centro da meta de 4,5% em 2012. Esse compromisso constava na ata da reunião de junho justamente no parágrafo que tratava da necessidade de ajuste de política monetária por período "suficientemente prolongado" como estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012.
Na ata divulgada hoje, da reunião da semana passada, o parágrafo tem apenas a seguinte frase: "Nesse contexto, avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic para 12,50% ao ano, sem viés". No trecho seguinte, diz apenas: "(...) decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas".