Cerca de 1 milhão de estabelecimentos comerciais no Brasil são abastecidos por distribuidoras atacadistas, que empregam 250 mil pessoas e faturam R$ 130 bilhões por ano. Representantes desse setor, que estão reunidos a partir de hoje em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, acreditam que as estimativas de desaquecimento no ritmo de consumo no segundo semestre, mesmo se confirmadas, não vão afetar seus negócios. A expectativa para 2010 é de um crescimento de 10% em relação ao ano passado.
A 30.ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor considerado o maior encontro do segmento na América Latina começa hoje no Expotrade Pinhais e seus organizadores esperam que, até quinta-feira, cerca de 30 mil pessoas visitem o evento, promovido pela associação do setor, a Abad, em parceria com o Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios do Paraná (Sinca-PR).
As empresas de distribuição no atacado são responsáveis pela movimentação de 52% dos produtos oferecidos nas gôndolas do varejo nacional (os outros 48% são repassados por venda direta do fabricante). Para o presidente da Abad, Carlos Eduardo Severini, o fato de as distribuidoras fazerem a ponte entre a produção e o consumo as torna um espelho desses setores econômicos. "Em todo o país, há espaço tanto para empresas que trabalham em âmbito nacional como para as que focam mercados regionais", relata.
"O mercado mercearil (de pequenos estabelecimentos comerciais) não depende do crédito, o que o torna menos vulnerável a oscilações. Além disso, entre os produtos trabalhados pelo atacado distribuidor estão vários itens de consumo obrigatório, como a cesta básica de alimentos", explica.
Para Paulo Hermínio Pennacchi, presidente do Sinca-PR, a expectativa é que no segundo semestre deste ano ocorra um aumento no crescimento registrado pelo setor, tradicionalmente puxado pelas compras de fim de ano. "O distribuidor atacadista pode ser entendido como um abastecedor social do Brasil", entende. "Estamos presentes em regiões mais afastadas, onde a indústria não alcança por venda direta", conta.
Pennacchi relata o aumento do poder de consumo brasileiro para justificar o otimismo em relação à atividade. "Hoje, as regiões Norte e Nordeste crescem em ritmo chinês, com taxas de 9 a 10% ao ano. Além disso, o setor de distribuição aprendeu a negociar com os pequenos estabelecimentos. Antigamente, o varejista só podia comprar caixas fechadas de determinado produto, o que desestimulava a aposta em diversificação. Atualmente, uma mercearia pequena pode comprar os produtos por unidade, dando mais opções ao consumidor", explica.
Serviço:
30ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor (Abad 2010). De hoje até 19/08 (quinta-feira), das 12h30 às 22h30. Local: Expotrade (Rod. Dep. João Leopoldo Jacomel, 10.454, Pinhais)