O mercado de atacadistas e distribuidores espera uma recuperação no segundo semestre para fechar o ano com crescimento de 2,5%. Esta é a avaliação da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), que nesta semana realiza seu encontro anual em Pinhais. Depois de um primeiro semestre de maus resultados, a associação teve de revisar sua projeção para o crescimento do setor em 2014 no início do ano, a previsão era de um crescimento de 3,5%. Ainda que modesto, o novo número equivale a mais que o dobro do estimado para o crescimento da economia brasileira. A estimativa do mercado é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça cerca de 1%.
"Os resultados poderiam ser melhores, mas, diante do cenário que passamos, ainda é um crescimento robusto, em especial se comparado aos outros setores", avalia o presidente da Abad, José do Egito Frota Filho. Para alcançar o resultado, a recomendação aos empresários é que apostem em inovação de serviços e produtos.
A Stival Alimentos, por exemplo, aposta no primeiro produto de preparo instantâneo feito de arroz, desenvolvido ao longo de quatro anos. "Lançamos um risoto instantâneo, que tem sido um sucesso comercial. Compensou meses em que o nosso carro chefe, o feijão, não teve uma boa saída", afirma o presidente da empresa, Alexandre Stival.
A fabricante de caminhões Iveco segue a mesma linha. Apesar de o mercado de veículos pesados amargar uma queda de quase 20% em 12 meses, a empresa espera uma recuperação no segundo semestre. A aposta para ampliar a participação no segmento de entregas é um caminhão de rodado simples, menor, para o perímetro urbano. "Ele poderá rodar nos centros das cidades onde a circulação de articulados é proibida", explica o gerente de marketing operacional da empresa, Ricardo Motta.
Fenômeno
O mesmo vale para o fenômeno da Paçoquita em versão cremosa. O doce à base de amendoim foi lançado mês passado e virou um fenômeno das redes sociais. A pasta logo sumiu das gôndolas, motivando consumidores a criar mapas colaborativos indicando pontos em que encontraram o doce. "Esperávamos uma boa entrada, mas toda essa repercussão nos surpreendeu", afirma a gerente de marketing da Santa Helena, fabricante do doce, Luciana Persoli.
Para suprir a demanda, a empresa antecipou a alta da produção, antes programada para o fim do ano.