Os ataques a bomba que destruíram parte da maior refinaria de petróleo do mundo e paralisaram o segundo maior campo de extração, na Arábia Saudita, podem ser considerados “uma espécie de 11 de setembro do mercado do petróleo”. A avaliação é do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone.
Pelo Twitter, Oddone, que participa do Fórum Nordeste 2019 – Desafios e Oportunidades nos Setores de Biocombustíveis e Energias Limpas, no Recife, ressaltou a gravidade do momento: “Do ponto de vista do risco, o evento de sábado pode ser considerado uma espécie de 9/11 (ataque às torres gêmeas) do mercado do petróleo. Depois dele a sensação de risco aumentará”.
Em seguida, o diretor da ANP compartilhou uma publicação do jornalista Ancelmo Gois, de O Globo, estimando que “Brasil e Rio podem ganhar com ataques a instalações de petróleo na Arábia Saudita”. O texto de Gois cita o próprio Oddone, para quem, aumentando a percepção de risco, “naturalmente sobe o interesse pelo pré-sal e os próximos leilões por aqui”. “E ainda pode crescer a busca da Aramco por diversificação, comprando, quem sabe, refinarias no Brasil”.
Após os ataques do final de semana, assumidos por rebeldes houthis do Iêmen, a cotação do petróleo subiu quase 20% na abertura dos mercados nesta segunda-feira, antes de o presidente Trump anunciar que poderia lançar mão das reservas americanas para estabilizar a oferta. As ações de companhias petrolíferas globais, como ExxonMobil, Chevron, Shell, BP e a própria Petrobras, tiveram forte alta. A companhia brasileira era um dos destaques do Ibovespa, com alta de 4,28% no meio da tarde.
“Esperamos que os preços do petróleo subam 5% no curto prazo, podendo se manter 20% acima dos patamares atuais, se os efeitos dos ataques se prolongarem”, diz uma nota da consultoria Sanford C. Bernstein, de Nova York. “Vai depender muito do que a Aramco disser sobre a velocidade de retomada da produção”.
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