O veículo do Google tem dois assentos e é semelhante ao Fiat 500 ou o carro Mercedes-Benz Smart, mas sem o volante, o acelerador, o freio e a alavanca de câmbio| Foto: Divulgação/Google.
O Next 2, protótipo da Renault, permite que o motorista largue do volante em velocidades abaixo de 30 quilômetros por hora
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    Carros que trafegam sozinhos pelas rodovias, permitindo que seus motoristas tirem uma soneca durante a viagem, parecem elementos de algum filme de ficção científica. Mas, na visão de cientistas e conforme alguns projetos em andamento, podem se tornar realidade mais cedo do que muita gente pensa.

    Pesquisadores do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), entidade internacional dedicada ao avanço da tecnologia para o bem comum, chegam a dar uma data para adoção de carros autônomos em grande escala. Segundo levantamento feito com mais de 200 cientistas, acadêmicos, membros de sociedades e agências governamentais de todo o mundo, até 2035 veículos produzidos em série não virão mais com equipamentos como buzinas, espelhos retrovisores, volantes e pedais de acelerador e freio.

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    "Vimos um crescimento impressionante da indústria de veículos sem condutor nos últimos anos, tanto com relação a avanços tecnológicos como aceitação do fabricante, o que afetou drasticamente o tempo de adoção por parte do consumidor," afirmou Alberto Broggi, membro da IEEE, e professor de engenharia informática da Universidade de Parma e fundador da Vislab.

    Otimismo

    A visão dos pesquisadores da IEEE é compartilhada por figurões da própria indústria automotiva. Em declaração dada em junho deste ano, o presidente-executivo da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, foi ainda mais otimista quanto ao prazo para os carros autônomos virarem realidade: para ele, os primeiros veículos "sem motorista" chegariam às ruas em 2018 em países pioneiros como França, Japão e Estados Unidos, com comercialização na Europa em 2020.A própria Renault criou recentemente o Next 2, um protótipo que permite que o motorista largue do volante em velocidades abaixo de 30 quilômetros por hora. Isso é possível graças a um sistema de posicionamento do carro que usa satélite, câmeras e sensores.

    "O problema não é tecnologia, é legislação, e toda a questão da responsabilidade que vai junto com esses carros transitando por aí. Especialmente quem é responsável, uma vez que ninguém está dirigindo eles", afirmou Ghosn.

    Entraves e tecnologia

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    Os impasses relatados pelo presidente da Renault-Nissan também foram trazidos à tona no levantamento da IEEE. Quando consultados sobre os possíveis obstáculos para a adoção em massa dos carros autônomos, os pesquisados indicaram a responsabilidade legal, os fatores políticos e a aceitação do consumidor como os maiores entraves. Infraestrutura, custo e tecnologia foram considerados obstáculos menores.

    Por outro lado, 75% dos entrevistados mencionaram que todos os 50 estados dos Estados Unidos aprovariam legislação permitindo o uso de veículos sem condutor até 2035.Quanto às inovações necessárias, mais da metade dos entrevistados (56%) afirmaram que a tecnologia de sensores é essencial, seguido de software (48% dos entrevistados), Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (47%) e GPS (31%).

    Juntamente com os sensores, a criação de mapas digitais das estradas será uma função necessária para que veículos autônomos se movimentem com segurança nas estradas. Ao serem indagados sobre quanto tempo levaria para se completar um mapa digital do mundo todo, 74% dos entrevistados mencionaram que esses mapas estarão disponíveis nos próximos 15 anos.

    Projetos pioneiros

    O Google anunciou neste ano que começou a construir uma frota de cem veículos elétricos experimentais que vão dispensar todos os controles de praxe presentes nos automóveis modernos. O veículo tem dois assentos e é semelhante ao Fiat 500 ou o carro Mercedes-Benz Smart, mas sem o volante, o acelerador, o freio e a alavanca de câmbio.

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    As únicas coisas que o motorista controla são um botão vermelho para paradas de emergência e um botão separado para dar partida.

    Segundo o Google, os veículos estarão prontos para chegar às ruas já no início do ano que vem. Eles terão autonomia de 160 km e contarão com sensores eletrônicos capazes de enxergar por 180 metros em todas as direções.

    O mais curioso é o modo como o passageiro viajará no veículo. O carro será chamado por um aplicativo para celular e levará o ocupante até um destino também selecionado por um aplicativo, sem que seja necessária qualquer intervenção humana.

    O Baidu, considerado como o "Google chinês", também está envolvido em um projeto de produção de carros autônomos. A expectativa é que a empresa divulgue um protótipo no ano que vem. A diferença com outros projetos é que o veículo terá, ao menos, um volante.

    Confira abaixo o vídeo que mostra o Next 2, protótipo da Renault que permite que o motorista tire as mãos do volante em velocidade abaixo de 30 km/h:

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