O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Marcio Cypriano, pediu a antecipação da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) para baixar a taxa básica de juros. O Copom, que se reúne a cada 45 dias, fará nos dias 20 e 21 de janeiro o primeiro encontro deste ano. A expectativa do mercado financeiro é de um corte de até 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, que está hoje em 13,75% ao ano. O pedido de Cypriano foi feito ontem durante reunião de empresários com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BC, Henrique Meirelles.
"Aconteceu um milagre. O próprio representante dos bancos pedindo uma antecipação da reunião do Copom para baixar a taxa Selic", afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, que também estava no encontro.
No encontro, ficou acertado que o governo deve anunciar em 15 dias um pacote de estímulo à construção civil. Além disso, outras medidas para socorrer as áreas mais prejudicadas pela crise entraram em estudo. O recado foi transmitido por Mantega ao grupo de 15 representantes do setor produtivo brasileiro de montadoras a bancos, passando pela indústria de alimentos. Nenhuma medida foi adiantada, segundo relataram o presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau, e o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy.
US$ 350 bilhões
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady, informou que na reunião o governo "comprou a ideia" de lançar um novo projeto de habitação de interesse social que permitirá investimentos de R$ 350 bilhões nos próximos 15 anos. O programa, segundo ele, será anunciado em breve pelo ministro Mantega.
O encontro ocorreu um dia depois que foi anunciada a queda de 5,2% na produção industrial brasileira no mês de novembro dado que deve levar especialistas a revisarem para pior suas projeções para a atividade econômica neste ano. O governo demonstra estar preocupado com o risco de deterioração das expectativas do empresariado, daí a iniciativa de Mantega de reuni-los. "O governo mais ouviu do que falou", resumiu Godoy.
A Abdib quer crédito mais farto e barato para os projetos em infraestrutura, e para tanto defendeu uma atuação mais forte dos bancos oficiais. O presidente da entidade pediu que o governo mantenha seus investimentos, como forma de reverter a tendência de redução da atividade econômica em 2009.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, propôs que o governo, num prazo de seis meses, dê tratamento tributário para as vendas de máquinas e equipamentos no mercado interno semelhante ao dado para as exportações, que são desoneradas do PIS/Cofins e IPI.
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