O atendimento nas 11 agências do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) de Curitiba e região é precário nesta sexta-feira em decorrência da greve, por tempo indeterminado, dos médicos peritos do Paraná.
A decisão foi tomada na quinta-feira após votação na internet, onde 78% dos 4,8 mil peritos em todo o Brasil se mostraram a favor da mobilização. No Paraná são 200 médicos peritos, sendo 62 em Curitiba e região.
Na agência XV de Novembro, no Centro de Curitiba, dos 10 médicos, apenas dois estão trabalhando nesta manhã. Os servidores que estão com perícias marcadas com estes dois médicos estão sendo atendidos, os demais estão sendo orientados para remarcar a consulta. Cerca de 500 perícias médicas são feitas por dia em Curitiba e região.
Na manhã desta sexta-feira, o médico Chil Chil Zunsztern, presidente Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), esteve reunido para atender à decisão da juíza Emília Maria Velano, da 15ª Vara Federal de Brasília, que legitimou a greve e impôs que 30% dos peritos trabalhem para atender casos de emergência. Pelo menos na manhã desta sexta-feira, nas 11 agências de Curitiba e região, a decisão judicial não estava sendo cumprida.
A assessoria do INSS informou que a partir de segunda-feira (18) os médicos atenderão, prioritariamente, os idosos, as perícias referentes à dificuldade de locomoção e pessoas aptas para voltar ao trabalho. Esta forma de atendimento só não foi implantada já nesta sexta-feira, ainda segundo a assessoria, porque a greve não havia sido confirmada.
Reivindicações
Os médicos pedem melhorias nas condições de trabalho e mais segurança para realizar as perícias. Recentemente, segundo Chil, um homem jogou álcool em um médico e ameaçou colocar fogo se ele não aprovasse sua perícia. "Em Curitiba teve outro caso de uma mulher com o vírus do HIV que saltou sobre um médico e começou a arranhá-lo por discordar do seu parecer".
Segundo a APMP, são 4.800 médicos peritos no país, mas só existem 1380 consultórios. A falta de estrutura, segundo Chil, é um dos fatores que contribuí para a demora nos atendimentos.
A paralisação estava marcada para 20 de setembro, mas segundo o vice-presidente da ANMP, Luiz Argolo, foi antecipada depois do assassinato da perita Maria Cristina Souza, em Governador Valadares, Minas Gerais. Desde às 6h a fila de servidores era grande na agência do INSS em Curitiba.
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