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Greve

Atendimento é prejudicado em 220 agências bancárias do Paraná

O atendimento nas agências bancárias de Curitiba e interior do Paraná sofreu impacto direto causado pela greve dos bancários que atinge todo o país. Das 300 agências que funcionam na capital e na região metropolitana, 140 interromperam todos os serviços durante o dia, segundo informações do Sindicado dos Bancários de Curitiba (SBC). Nesta sexta a paralisação da categoria prossegue e a previsão é de que a adesão dos bancários seja a mesma, assim como o número de agências fechadas.

Clientes desavisados encontraram muitas agências fechadas, principalmente no Centro de Curitiba. "Tivemos poucos problemas com a população. Durante o dia nós abrimos vários auto-atendimentos para que as pessoas não sofressem diretamente as conseqüências das greves", explicou o secretário geral do SBC, José Paulo Staub.

Em grande parte das agências, principalmente nos bairros, os caixas automáticos funcionaram. "A imprensa nos ajudou a divulgar a greve e os clientes puderam sacar dinheiro e pagar contas antecipadamente. Mas amanhã (sexta) é dia de pagamento e não vamos fechar as portas para a população. Não estamos radicalizando e vamos ajudar, liberando caixas automáticos, para que os aposentados não sofram com a greve" disse Staub.

Cerca de 5 mil bancários aderiram ao movimento durante o dia, com grande adesão em prédios administrativos dos bancos, como no Banco do Brasil (Praça Tiradentes e Central de Atendimento em São José dos Pinhais), HSBC (Palácio Avenida), Bradesco (Marechal Deodoro) e Caixa Econômica Federal (Praça Carlos Gomes e Conselheiro Laurindo).

Pelo interior do Paraná também houve adesão. A greve também atingiu agências em Londrina, Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Umuarama e suas regiões. Ao todo, contando com Curitiba, a assessoria de imprensa da Federação dos Bancários afirma que 220 agências fecharam as portas, além de quase mais uma centena de agências que fizeram paralisações parciais. "Para o primeiro dia achamos que a greve foi boa. Tivemos que enfrentar vários interditos proibitórios dos bancos privados, que utilizaram a justiça comum para nos tirar o direito constitucional de greve, mas o bancário nos ajudou e aderiu ao movimento", explicou.

Para esta sexta-feira está prevista a realização de uma nova assembléia, às 19h na Sociedade Thalia. Na ocasião, os bancários esperam uma nova proposta dos bancos para colocá-la em votação. Se isso não acontecer, a greve irá continuar por tempo indeterminado.

No Brasil

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) informou que 190 mil bancários cruzaram os braços nesta quinta-feira em 24 estados e no Distrito Federal. O número de trabalhadores que aderiram à paralisação representa 47% do total da categoria, que segundo a confederação é de 400 mil bancários.

A negociação

No Paraná, existem dois sindicatos que representam a categoria dos bancários. A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec) é filiada à Central Única dos Trabalhadores e representa os trabalhadores com sedes nas cidades de Curitiba, Londrina, Cornélio Procóio, Arapoti, Apucarana, Paranavaí, Umuarama, Campo Mourão, Toledo, Assis Chateaubriand e Guarapuava.

Já a Federação dos Empregados dos Estabelecimentos Bancários (Feeb) conta com representantes em Paranaguá, Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Maringá, Goioêre, Cianorte, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco e União da vitória.

Valores não agradam

Todos os sindicatos fizeram assembléias e não aceitaram a proposta apresentada nesta terça-feira. Nela, os bancos oferecem 2,85% de reajuste (valor corrigo pela inflação do período 1.º de setembro de 2005 até 31 de agosto de 2006), mais participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% de um salário, mais R$ 823 de adicional. Além disso, outros R$ 750 seriam pagos caso o lucro dos bancos superasse em 20% o índice do ano anterior.

"Fizemos uma análise e chegamos a conclusão de que os valores não agradam", explicou Sônia Boz, membro da diretoria do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

Os trabalhadores exigem um reajuste 2,85% -mesmo valor ofertado pelos patrões – mas querem também um adicional por produtividade de 7,05%. Além disso, a categoria quer um salário de PLR, mais um adicional de R$ 1.500.

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