O dólar fechou em baixa ante o real nesta terça-feira (8), em sessão de pouca volatilidade, com o mercado concentrado na incerteza política na Itália e na Grécia em meio à crise na zona do euro. A moeda norte-americana recuou 0,46%, a 1,7398 real, com máxima de 1,7535 real e mínima de 1,7383 real durante o dia. No mês, o dólar tem alta de 2,18%. Em relação a uma cesta com as principais moedas como o euro, o dólar tinha queda de 0,46% às 17h. De acordo com o diretor de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel, o mercado aguarda novidades sobre o futuro político de Itália e Grécia, principais foco de preocupação na crise da dívida dentro da União Europeia. "Enquanto não sair nada disso, a gente vai ficar meio de lado mesmo", disse. O premiê italiano, Silvio Berlusconi, comunicou pouco antes do final dessa sessão ao presidente Giorgio Napolitano que renunciará ao cargo após a aprovação da nova lei orçamentária. A saída de Berlusconi pode abrir caminho para um governo de união nacional na Itália, facilitando a aprovação de reformas fiscais necessárias para reconquistar a confiança dos investidores. Enquanto isso, na Grécia, os partidos de governo e de oposição buscam um acordo em torno do nome do futuro premiê do país, que comandará um governo de transição até que novas eleições aconteçam no ano que vem. Segundo fontes, o posto será ocupado por Lucas Papademos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e ex-presidente do Banco da Grécia. A União Europeia pediu que o novo premiê assine um compromisso com as medidas do pacote de ajuda definido no final de outubro, considerado essencial por investidores para a permanência do país dentro da zona do euro e, portanto, para a estabilidade do sistema financeiro da região. Em comentário por escrito, operadores da Bradesco Corretora afirmaram que ao mercado local resta "apenas observar o desenrolar da crise (europeia) e operar o fluxo", já que as restrições impostas pelo governo a operações com derivativos diminui o interesse na formação de grandes posições. Dados da BM&FBovespa referentes a segunda-feira mostram posição vendida de 2,6 bilhões de dólares em contratos futuros e de cupom cambial (DDI) pelos estrangeiros. Em julho, essa posição, que pode ser vista como uma aposta na valorização do real, chegou a 24 bilhões de dólares. A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,7453 real para venda, em queda de 0,29 % ante segunda-feira.
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