Com a desaceleração do consumo das famílias e o menor dinamismo do comércio e da indústria, os serviços registraram a menor expansão desde janeiro de 2012, quando a série foi iniciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ontem o órgão informou que a receita nominal da atividade subiu 4,6% em julho na comparação com igual mês do ano passado.
INFOGRÁFICO: Veja o crescimento do setor de serviços
O dado, porém, não desconta os efeitos da alta de preços. Como a inflação de serviços é mais elevada (8,44% em 12 meses até julho, contra 6,5% no índice geral), a atividade ficou no vermelho em julho. Nos cálculos da consultoria Tendências, a receita do setor recuou 3,4% em termos reais no período.
"Como este é um setor que emprega muita mão de obra, formal e informal, pode-se ver também uma desaceleração mais forte no mercado de trabalho nos próximos meses", analisou a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour.
Em 12 meses, a receita nominal de serviços acumula alta de 7,6%, pela primeira vez abaixo de 8%. "Em termos reais, o setor passa pelo período mais difícil desde 2012 e, provavelmente, vai encerrar o ano no vermelho", afirmou o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fabio Bentes.
Segundo o IBGE, a perda de ritmo na indústria e no comércio tem puxado o setor de serviços para baixo, uma vez que ele depende da demanda das empresas. Na comparação com igual mês de 2013, a produção industrial recuou 3,6% em julho, enquanto as vendas no varejo caíram 0,9%.
"Indústria e comércio têm mostrado menor dinamismo nos últimos meses. A atividade de serviços sentiu o impacto da conjuntura desfavorável", explicou Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.