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O economista Renato da Fonseca, da CNI: percepção de baixo uso da capacidade instalada está “disseminado” | Elza Fiúza/ABr
O economista Renato da Fonseca, da CNI: percepção de baixo uso da capacidade instalada está “disseminado”| Foto: Elza Fiúza/ABr

Brasília - A produção industrial recuou em junho em relação a maio, conforme Sondagem Industrial divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos significam crescimento e abaixo disso, retração, o indicador de produção do mês passado registrou 48,1 pontos. Em maio, estava em 52 pontos e, em abril, em 47,6 pontos. Em junho do ano passado, o nível de atividade marcou 51,8 pontos. "A atividade industrial está perdendo a força", resumiu um documento da entidade distribuído a jornalistas.

A CNI avalia que o segundo trimestre de 2011 mostrou uma "evidente queda" na demanda por produtos industriais domésticos, impactando fortemente a indústria brasileira. "A queda na atividade industrial é evidente e contrasta com o desempenho do varejo. O cenário segue negativo, apesar do efeito sazonal positivo do fim do ano: o acúmulo indesejado de estoques e a maior dificuldade no acesso ao crédito sinalizam um cenário desfavorável para os próximos meses", informou o documento.

Capacidade instalada

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria está abaixo do usual há sete meses, segundo a pesquisa, feita com 1.692 empresas. Os industriais consultados alegaram que no mês passado a produção de suas empresas estava abaixo do que é considerado normal para aquele período específico. As exceções ficaram apenas por conta dos setores farmacêutico e de veículos automotivos.

Pelo dado divulgado ontem pela CNI, o indicador apresenta resultados abaixo de 50 pontos desde dezembro do ano passado, quando estava em 48,2 pontos. Em junho, registrou 44,7 pontos. "Após sete meses de baixa, o sentimento está mais disseminado", avaliou o economista da entidade, Renato da Fonseca.

De acordo com o profissional, essa percepção vem sendo verificada nas companhias de todos os portes e de todas as regiões consultadas. Também foi identificada nos 24 dos 26 setores da indústria da transformação consultados pela CNI, além da indústria extrativa.

Exportações

A retração da indústria no mês passado influenciou negativamente a perspectiva dos empresários do setor em relação às exportações, segundo a sondagem. Eles seguem otimistas, porém, em relação à demanda para os próximos seis meses, aos números de empregados nas companhias e às compras de matérias-primas, que subiram em julho na comparação com o mês passado.

A estimativa dos industriais para as exportações passou de 50,4 pontos em junho para 48 pontos em julho. "O pessimismo voltou a predominar com relação às exportações industriais", trouxe o documento da CNI. O indicador voltou a ficar abaixo da linha divisória dos 50 pontos.

As perspectivas relativas à demanda para os próximos seis meses permanecem otimistas, passando de 61,6 pontos no mês passado para 61,9 pontos este mês. O indicador segue acima da média histórica de 59,9 pontos calculada pela entidade representativa dos industriais. "Ressalte-se, contudo, que o índice está 1,6 ponto abaixo do registrado em julho de 2010", considerou a CNI.

Em relação ao quadro de pessoal, o indicador apresentou leve alta este mês em relação a junho, passando de 54 pontos para 54,2 pontos. "Os empresários mostram, em julho, o mesmo otimismo do mês anterior com relação à evolução futura do número de empregados", trouxe o documento da CNI. No caso das encomendas, a elevação foi de 58 pontos em junho para 58,2 pontos neste mês.

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