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Praça da Sé

Ato de centrais sindicais reúne 8 mil pessoas em São Paulo

Um ato das centrais sindicais reúne, neste momento, cerca de 8 mil trabalhadores, na Praça da Sé, região central paulistana, segundo cálculos da Polícia Militar (PM). Por volta das 11h, o grupo saiu em caminhada para o Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A 8ª Marcha Unificada da Classe Trabalhadora reapresenta a pauta de reivindicações formulada pelo movimento em 2010, mas que, segundo as entidades, não avançou nos últimos anos. A expectativa da organização é que 50 mil pessoas participassem do ato.

Entre as reivindicações, estão a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, manutenção da política de valorização do salário mínimo, fim do fato previdenciário, redução da taxa básica de juros e correção e progressividade da tabela do Imposto de Renda. Os manifestantes também criticam o Projeto de Lei 4330, que trata das terceirizações.

"A ideia hoje é colocar essa pauta de pé. O Dieese [Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos] fez um trabalho de adequação para o momento atual e, mesmo questões que estavam pacificadas, estão sendo ameaçadas", apontou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Ele cita como exemplo o salário mínimo que pode perder a política de valorização adotada nos anos anteriores. "Parte do governo não quer renovar isso para o próximo ano. Já tem ataques quanto a isso e nos preocupa", explicou.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, destacou que o ato é um manifesto sindical. "A pauta praticamente ficou estagnada. Com essa demonstração de força, queremos fazer a pauta avançar", justificou.

A marcha, que tradicionalmente ocorria no final do ano, foi antecipada diante do cenário político. "Sabemos que no Brasil pulsam as questões políticas com as eleições de outubro, queremos utilizar isso para fazer pressão", declarou.

Para o secretário-geral da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Vagner Gomes, o ato é uma demonstração da unidade e da força das centrais sindicais. "Com esse movimento, nós conquistamos várias coisas e uma delas é a política de valorização do salário mínimo", declarou. Ele lamentou que não tenha havido avanço na pauta dos trabalhadores nos últimos anos e destacou que o documento será entregue à presidenta Dilma Rousseff e aos presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Tribunal Superior do Trabalho.

A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais foi o ponto mais destacado pelos trabalhadores presentes à manifestação e entrevistados pela Agência Brasil. O zelador Izaías Araújo Santos, 58 anos, acredita que a mudança traria mais qualidade de vida para ele e um melhor desempenho no trabalho. "Poderia ficar mais com a família, além do que vai gerar mais emprego", declarou. Para a operadora de máquina Jéssica Duarte, 22 anos, o mais importante da redução seria voltar a estudar. "Tenho filho e fica difícil organizar o tempo."

O metalúrgico Eduardo Bispo, 31 anos, destaca também o fim do fator previdenciário. "No momento, para mim, a aposentadoria ainda está longe, mas uma hora chega", justificou. Ele defendeu ainda política de igualdade de gênero. "As mulheres ainda ganham menos. É preciso melhorar", apontou.

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