A decisão da montadora Audi sobre a construção de uma fábrica no Brasil deverá ser tomada até o fim de abril. De acordo com o presidente da companhia, Leandro Radomile, a intenção está mantida, mas é preciso encerrar o estudo de viabilidade, que ainda não está fechado e depende muito do Inovar-Auto, o novo regime automotivo. O executivo embarcou ontem para Alemanha, onde tratará da questão com a cúpula da montadora.
Radomile, no entanto, deu pistas que "uma das possibilidades mais fortes" para a montadora é adaptar uma linha de produção em alguma unidade da Volkswagen, da qual é subsidiária, para a produção de automóveis Audi no país. Isso não é inédito: até 2005, a Audi utilizava a linha de montagem da Volkswagen em São José dos Pinhais para a produção do modelo A3 e, segundo o executivo, é bem possível que a linha volte para o mesmo local. "Trazer para a fábrica da Volkswagen é a possibilidade mais forte", afirmou Radomile.
Segundo ele, o Inovar-Auto limita a produção de uma montadora nova no Brasil a 35 mil unidades por ano, a um custo estimado de R$ 17 mil por veículo, somente para iniciar a fabricação, o que corresponderia a um investimento total de R$ 595 milhões para uma planta industrial desse padrão. "É lógico que no Brasil a perspectiva seria maior para qualquer montadora", disse o presidente da Audi.
Ainda como importadora, a Audi foi habilitada na semana passada às regras do Inovar-Auto e poderá trazer para o país apenas 3,9 mil veículos por ano dentro da cota com a alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) diferenciado, até 30 pontos porcentuais menor. Essa cota é a média dos últimos três anos de vendas da marca no país. "Como esperamos vender 7 mil unidades em 2013 e teremos de arcar com o IPI maior para as outras unidades, ainda não definimos como será a nossa política de preços para os veículos importados", afirmou Radomile.
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