A montadora alemã Audi confirmou o início da produção na fábrica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a partir de setembro. O anúncio foi feito pelo presidente e CEO da Audi do Brasil, Jorg Hofmann, e pelo membro do board da marca para compras e produção, Bernd Martens, em São Paulo.
A unidade fabril de São José dos Pinhais – que hoje atende outra marca do grupo, a Volkswagen – recebeu investimentos de R$ 500 milhões para voltar a produzir carros da Audi. A marca premium havia interrompido sua linha no Paraná em 2006, quando mudou seu foco global para o mercado chinês e enfrentou uma queda no volume de vendas.
A fabricação será iniciada com a linha A3 Sedan com motor 1.4 TFSI, primeiro veículo da marca no mundo no modelo flex. A partir de março de 2016, o utilitário esportivo Q3 também será incorporado à produção local.
A capacidade produtiva da nova fábrica é de 26 mil veículos por ano – sendo 16 mil de A3 e 10 mil de Q3. Até o final de 2015 os executivos estimam que sejam produzidas 1.500 unidades do A3 na fábrica de São José dos Pinhais.
De acordo com Bernd Martens, um dos principais incentivos para retomar a produção no país foi a adesão ao InovarAuto, que prevê a dedução de 30% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos fabricados no Brasil.
Toda a produção da planta paranaense será voltada ao mercado nacional. “O ano passado foi o melhor ano da Audi no Brasil. Dobramos nossas vendas e a marca foi a que mais cresceu no mercado automotivo do país. Apesar do ano difícil, este ano já crescemos 27% no acumulado até maio”, afirma o CEO da montadora, Jorg Hofmann. A Audi ainda lidera as vendas do segmento no acumulado deste ano.
A nova fábrica vai gerar 320 postos de trabalho diretos. Para suprir as vagas, foram deslocados trabalhadores da Volkswagen, que seriam demitidos por causa da crise no mercado automotivo geral, mas foram incorporados à produção da Audi. A empresa não abrirá recrutamento externo por enquanto.
Fornecedores
A cadeia de fornecedores de peças e outros itens para a produção dos veículos será a mesma das linhas da Volkswagen. Segundo Martens, as empresas fizeram adaptações e treinaram pessoal para suprir a qualidade demandada pelos produtos da Audi. “Eu tive a chance de visitar alguns fornecedores locais de peças que já estão no nosso parque de fornecedores em Curitiba e consegui ver o esforço que eles fizeram para adaptar as linhas. Eles fizeram investimentos extras para conseguir produzir os nossos produtos. Fiquei satisfeito”, disse.
Até o fim deste ano, a Audi pretende abrir dez novas lojas em todo o Brasil, sendo uma em Curitiba. “Investimos em todas as áreas da empresa. É a nova Audi do Brasil”, afirmou o presidente e CEO da marca.