Os auditores fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB) reunidos em Curitiba decidiram nesta quarta-feira (30) aprovar a proposta de realizar greve por tempo indeterminado a partir da segunda quinzena de junho. A decisão foi tomada às 16h, em assembleia dos servidores, na sede da Delegacia Sindical em Curitiba do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional - DS Curitiba). Os AFRFB de Curitiba também aprovaram a realização de mais uma mobilização de advertência, nos dias 12 e 13 de junho.
A categoria diz estar há quatro anos sem receber a recomposição da inflação em seus salários e sofrendo "com péssimas condições de trabalho, como falta de pessoal, problemas de infraestrutura e perda de independência como auditor fiscal, no qual perde o direito de exercer várias funções inerentes ao cargo", afirma o sindicato, em nota.
A mobilização dos Auditores Fiscais ocorre em todo o Brasil. Servidores de outras 73 localidades também realizaram hoje assembleia para votar a greve na segunda quinzena de junho. O resultado nacional sai até sexta-feira. A tendência é que a categoria aprove a paralisação com ampla maioria. Paralisações de alerta realizadas em 9 e 30 de maio foram aprovadas nacionalmente por mais de 95% dos auditores fiscais da RFB em todo o Brasil, em assembleias lideradas pelas delegacias sindicais da categoria. Paralisação em Curitiba
Nesta quarta-feira (30), os auditores lotados em Curitiba realizaram operação padrão nas aduanas e crédito zero, ou seja, não finalizaram fiscalizações, não liberaram malhas, não realizaram julgamentos, não elaboraram parecer em processos administrativos, e também não acessaram os sistemas da RFB, dentre outras medidas.
A mobilização abrangeu a categoria nacionalmente, com participação de aproximadamente 10 mil auditores fiscais. Com isso, os portos, aduanas, aeroportos e escritórios tiveram funcionamento prejudicado. Em Curitiba, foi realizado um café da manhã com os auditores fiscais, na sede da Delegacia Sindical local, para na qual debateram os rumos da Campanha.
De acordo com o presidente do Sindifisco em Curitiba, Marcelo Soriano, os auditores sofrem efeitos que comprometem a atuação dos servidores. "Entre 2006 e 2012 cerca de três mil auditores que atuavam em aduana se aposentaram e ingressaram apenas 650 para ocupar essa lacuna", explica.
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