O percentual de famílias compostas por pais que criam os filhos sozinhos, sem a presença da mãe, aumentou. Em 1993 as famílias com essa característica correspondiam a 2,1% do total de famílias. Em 2006, ano da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o índice foi de 2,7%.

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O dado faz parte da 3ª edição da pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e divulgada nesta terça-feira (9)

Apesar de o crescimento parecer tímido, a pesquisadora do Ipea Natália de Oliveira Fontoura considera que ele pode indicar uma tendência de mudança no comportamento da sociedade.

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Isso pode indicar uma mudança na percepção social de atividades que historicamente eram consideradas femininas ou masculinas, explica Natália.

A pesquisa analisou os dados da Pnad com o objetivo de interpretar microdados que não fizeram parte do recorte dado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2006.

Além da quantidade de famílias com filhos criados pelo pai, os pesquisadores também observaram a média de horas semanais dedicadas a afazeres domésticos. Nesse caso, apesar de as mulheres ainda dispensarem muito mais tempo a essas atividades que os homens, a diferença entre os dois caiu.

Em 2001, elas cuidavam de tarefas domésticas em média 29 horas por semana, enquanto eles passavam 10,9 horas nesse tipo de trabalho. Já em 2006, a média de horas delas caiu para 24,8, enquanto eles passaram a trabalhar 10 horas.

Entretanto, a pesquisadora do Ipea chama a atenção para o fato de que o tempo dedicado a afazeres domésticos, na realidade, possa ser maior, especialmente para as mulheres.

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É que muita gente não contabiliza o tempo de cuidado com as crianças ou idosos, por exemplo, como afazeres domésticos. Isso pode interferir no dado para baixo, explica a pesquisadora.