O anúncio feito em fevereiro de que a Índia escolheu os caças franceses Rafale para equipar sua Força Aérea, alimentando a possibilidade de que isso reduza o preço do pacote oferecido ao Brasil, favorecendo a sua escolha também pelo governo brasileiro, fez com que reacendessem as investidas dos demais concorrentes ao País.
Depois de a Boeing, fabricante do avião norte-americano F-18, anunciar a abertura de um escritório em Brasília, e da visita de várias autoridades ao país, nesta terça-feira (6), o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, visitou o ministro da Defesa, Celso Amorim.
Ainda nesta terça, Amorim recebeu o presidente do Parlamento do Reino da Suécia, Per Westberg, cujo país é fabricante do caça Gripen, outro concorrente. O ministro da Defesa já sinalizou que a intenção do governo é anunciar a escolha do modelo a ser comprado até o meio do ano.
Ao sair da audiência com Amorim, Thomas Shannon, disse que a decisão do governo norte-americano de suspender o contrato de US$ 355 milhões para a aquisição de 20 aviões Super Tucano, da Embraer, não está vinculada à concorrência para a compra dos caças do projeto FX. "A decisão de suspensão foi tomada em função de problemas internos da Força Aérea dos Estados Unidos. Não tem nada a ver, não tem qualquer vinculação com a compra do F-18. São questões separadas", declarou, repetindo discurso de outras autoridades norte-americanas feitas desde a suspensão do processo nos Estados Unidos.
"A suspensão não tem nada a ver com a Embraer ou com o Super Tucano, que é um excelente avião e nós temos todo o interesse nele", afirmou o embaixador, ressaltando que o projeto ainda será reaberto.
Já o representante do parlamento sueco, aproveitou o encontro com Amorim, para informar que o caça Gripen NG, que está na disputa do projeto FX no Brasil, poderá ter seu preço ainda mais reduzido, agora que o avião sueco foi selecionado pela Suíça para ser seu futuro caça. Os suíços optaram pela compra com desenvolvimento de projeto, a exemplo do que foi ofertado ao Brasil.
"A intenção é de aproveitar a visita ao Brasil para apresentar as novas oportunidades de parceria com a indústria brasileira que o projeto pode oferecer, inclusive com melhores condições financeiras", disse o representante da Saab no Brasil, Bengt Janer.