O aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de investidores estrangeiros em renda fixa de 2% para 4%, anunciado na última segunda-feira (4) pelo ministro Guido Mantega, também engloba os fundos de ações, multimercado (que conta com renda fixa e variável) e, também, as debêntures. A confirmação foi dada nesta quarta-feira (6) pelo Ministério da Fazenda.
Havia dúvidas no mercado financeiro sobre a extensão da medida. Segundo o governo, o aumento do IOF de estrangeiros só não vale para aplicações diretas na bolsa de valores e também na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
O aumento do IOF tem por objetivo, segundo explicou no início desta semana o ministro Guido Mantega, tentar evitar uma queda maior do dólar, o que prejudicaria ainda mais as exportações brasileiras, que se tornam mais baratas quando a moeda norte-americana recua. "Estamos preocupado em não permitir que o real se valorize para não prejudicar os exportadores brasileiros, e também o mercado local, que passa a ter uma concorrência a preços baixos dos importadores", disse ele na ocasião.
Apesar do IOF maior, o dólar fechou em queda de 1% nesta terça-feira (5), primeiro dia de vigência da medida, cotado R$ 1,675 para venda. Com isso, atingiu o menor patamar de fechamento desde setembro de 2008. "Há remédios que não fazem efeito no dia seguinte. Por exemplo, você toma antibiótico. Você tem que tomar, às vezes, uma semana para fazer efeito", disse Mantega sobre o dólar em queda.
Dados do Banco Central mostram que o ingresso de dólares no país pela conta financeira, o que exclui as operações da balança comercial brasileira, bateu recorde em setembro. O ingresso de dólares tem pressionado para baixo a cotação da moeda norte-americana. Além do aumento do IOF para renda fixa, e para os fundos de investimentos, o governo anunciou nesta quarta-feira mais uma medida para tentar conter o recuo da moeda norte-americana: o aumento do limite de compras de divisas por parte do Tesouro Nacional.
