Os resultados da Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que os efeitos da crise financeira internacional começaram a ser sentidos no mercado de trabalho.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, o aumento de 20,6% no número de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil nos meses de dezembro de 2008 e janeiro de 2009 foi um recorde para esse período, desde que o levantamento começou, em março de 2002. Em janeiro, o contingente de desocupados somou 1,89 milhão de pessoas.
Segundo Azeredo, esse fato somado queda de 1,6% na passagem de um mês para o outro no número de ocupados, reflete um cenário econômico conturbado.
Nessa época do ano, é comum haver recuo no nível de ocupação, em função das contratações temporárias típicas do fim de ano. Mas, o que não é normal é isso ter acontecido de forma tão forte ou seja, se dispensou além do que se tinha absorvido no último trimestre. É uma situação que preocupa, que mostra que o cenário econômico em janeiro não estava favorável e refletiu expressivamente no mercado de trabalho, afirmou.
O levantamento indicou, ainda, que a taxa de desemprego avançou para 8,2% em janeiro, depois de ter registrado 6,8% em dezembro do ano passado. A taxa é a mais elevada desde abril de 2008 (8,5%) e mostra uma alta recorde entre os meses de dezembro e janeiro.
Nunca tinha sido verificada uma variação tão expressiva entre esses dois meses, acrescentou Azeredo.
Ele destacou, ainda, que, os principais setores em que as demissões superaram as contratações foram os da construção civil que teve queda de 4,7% no total de empregados, representando uma redução de 75 mil postos de trabalho entre janeiro e dezembro, e do comércio, cuja retração foi de 2,5%, com dispensa de 105 mil pessoas nesse mesmo período.
Entre as capitais observadas, São Paulo foi a que mais sentiu os efeitos do cenário econômico conturbado em termos de mercado de trabalho. A região metropolitana da capital paulista o contingente de desocupados teve alta de 32,6% entre dezembro e janeiro.
Isso acontece em São Paulo, porque é lá que está concentrado o maior contingente de trabalhadores e de empresas, portanto reflete mais rapidamente um cenário de crise ou de melhora no mercado de trabalho, explicou.
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