A Austrália prometeu na segunda-feira reduzir entre 5 e 15% as suas emissões de gases do efeito estufa até 2020, além de criar o maior esquema mundial de créditos de carbono, contrariando os apelos das empresas para que tais medidas fossem adiadas em virtude da crise global.

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Embora agora a Austrália esteja apenas atrás da União Européia em termos de propostas contra as emissões, críticos dizem que a meta é pífia, e criticaram o programa de créditos por conceder bônus gratuitos para alguns dos setores industriais mais poluentes.

O primeiro-ministro Kevin Rudd disse que o mecanismo de créditos é vital para a Austrália, que tem a quarta maior emissão per capita de gases do efeito estufa do mundo, devido ao uso intensivo do carvão para a geração de energia.

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"Sem uma ação contra a mudança climática, a Austrália enfrentará um futuro de fazendas áridas, corais branqueados e reservatórios de água vazios", disse Rudd ao Clube Nacional da Imprensa.

Mas alguns participantes do mercado de carbono dizem que o sistema, detalhado pelo governo na segunda-feira, mas ainda a ser aprovado em 2009 pelo Parlamento, pode ficar muito aquém do que seria necessário para combater o aquecimento global.

Além disso, a Austrália diz que só vai perseguir o topo da meta (15 por cento) caso haja um acordo global para cortes, sintetizado em um tratado global a ser aprovado em dezembro do ano que vem na Dinamarca. Ambientalistas esperavam que Rudd cumprisse suas promessas eleitorais e desse à Austrália um papel de liderança na redução das emissões.

"É um fracasso total e absoluto. É uma loucura. A mudança climática está acontecendo muito mais rápido do que as pessoas pensavam. Cinco por cento (de redução), conforme estamos buscando, é um ultraje", disse John Hepburn, responsável por campanhas climáticas do Greenpeace.

A entidade Friends of the Earth disse que o plano é o "paraíso dos poluidores".

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Cientistas e ambientalistas defendiam cortes de pelo menos 25 por cento, mas o novo sistema surge num momento delicado para o governo, já que a data de implantação, meados de 2010, cairia a poucos meses de uma eleição nacional.

A meta australiana está bem abaixo da proposta da UE, que é de uma redução das emissões em até 20 por cento em relação aos níveis de 1990. Cientistas ligados à ONU recomendam cortes de até 40 por cento.