A Austrália se juntou a Brasil e África do Sul e pediu neste domingo aos Estados Unidos que aceitem um acordo com o G20 financeiro para abrir a escolha do próximo presidente do Banco Mundial a candidatos que não sejam norte-americanos.
A Austrália disse que apóia fortemente a posição do G20, que congrega ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais das principais economias do mundo, de que a escolha da direção do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) seja feita por meio de processos abertos e transparentes, sem restrição de nacionalidade.
"A Austrália espera que o FMI e o Banco Mundial continuem seus processos de modernização com a abertura dos processos de escolha em resposta às preocupações de seus membros", disse Peter Costello, representante do Tesouro australiano, em comunicado.
O governo dos Estados Unidos deve indicar um norte-americano como novo presidente do Banco Mundial após a renúncia de Paul Wolfowitz, que anunciou sua saída em meio à acusações de ter dado um aumento salarial à namorada.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, delegou a tarefa de escolha do próximo presidente do Banco Mundial ao secretário do Tesouro, Henry Paulson.
O presidente do Banco Mundial é indicado pelo presidente dos Estados Unidos e o diretor-gerente do FMI é escolhido pelos principais países da Europa Ocidental. Esta norma está em vigor desde a criação das duas instituições, há 60 anos, em Bretton Woods.
No sábado, o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, chamou de "anacronismo" a tradição de que o presidente do Banco Mundial seja indicado pelo governo norte-americano.
"O governo brasileiro entende que tal costume não encontra fundamento na realidade contemporânea, constituindo anacronismo que deve ser superado", afirmava uma nota. A África do Sul também divulgou no sábado um comunicado de teor semelhante.