You Tube| Foto: Reprodução

A Austrália vai filmar imigrantes ilegais que chegaram ao país em barcos sendo enviados para a Malásia, como parte de um recente acordo de troca de refugiados, e depois colocar o vídeo da deportação no YouTube. A medida é parte de um esforço para impedir a chegada de mais clandestinos, informou o departamento australiano de imigração.

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As 54 pessoas interceptadas em um barco na semana passada, as primeiras a serem enviadas à Malásia, serão filmadas chegando ao centro de detenção da Ilha Christimas, na Austrália, tomando um avião para a Malásia e chegando a acampamentos na capital malaia, Kuala Lumpur, para os procedimentos do governo local.

A proteção de fronteiras é alta prioridade para os eleitores australianos, embora dados da ONU mostrem que a Austrália recebe menos de 0,5 por cento das pessoas de todo o mundo que buscam asilo.

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O vídeo no YouTube tem como alvo as comunidades de imigrantes iranianos, iraquianos, afegãos e cingaleses na Austrália, para desencorajar parentes e amigos de apoiar as viagens ilegais de barco, disse o porta-voz do departamento de imigração, Sandi Logan.

"Não queremos que eles financiem, não queremos que eles de modo algum sugiram que uma opção para vir à Austrália seja pegando barcos frágeis e perigosos, em uma viagem altamente arriscada pelo mar aberto no norte da Austrália", afirmou Logan.

"Mas, claro, sabemos que o YouTube não se restringe a pessoas na Austrália. Será uma mensagem muito potente que demonstra a inutilidade de se envolver com contrabandistas de pessoas... arriscando a vida, somente para depois ser colocado em um avião de volta para a Malásia."

Logan disse que o YouTube foi usado por três dias pela Austrália para dissuadir os imigrantes ilegais, com vídeos ficcionais mostrando pessoas na prisão ou perdendo a vida no mar, mas esta será a primeira vez que pessoas reais, que de fato buscaram asilo, serão filmadas sendo expulsas do país. Por razões de segurança seus rostos não serão exibidos.

Segundo Logan, a Austrália usa dois canais do YouTube, "notopeoplesmuggling" e "ImmiTv", com até 10 clipes em até oito idiomas postados.

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A primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, estava ansiosa por firmar um acordo com um país asiático sobre o envio de refugiados, para aumentar seu apoio popular. No final de julho, a Austrália concordou em receber 4.800 pessoas que buscam asilo em troca de a Malásia aceitar 800 cujos pedidos não foram processados.

Grupos de defesa dos direitos humanos criticaram o acordo por causa de possíveis maus-tratos aos refugiados na Malásia, que não é signatária da convenção da ONU sobre refugiados e impõe duras punições para entrada ilegal, incluindo chicotadas.

O primeiro grupo de deportados deve ser enviado à Malásia esta semana ou na próxima.