Se para as famílias os índices de inclusão digital vêm crescendo a passos largos, para as empresas a situação é bem diferente. A pesquisa Panorama da Automação Comercial revela que apenas três em cada dez estabelecimentos varejistas do Brasil contam hoje com um sistema de automação de vendas.
O levantamento, feito pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Bematech em parceria com a Opinião Consultoria, ouviu 3.147 estabelecimentos em todas as regiões do país. Segundo a pesquisa, o segmento de combustíveis apresenta o maior índice de automação, com 92%. Na outra ponta estão hotéis e óticas, com 13%.
A pesquisa considerou automatizado o estabelecimento que conta com, no mínimo, uma impressora fiscal e um software de gestão. "Apenas um computador não representa automação. É preciso ter um sistema global de gestão das informações", explica a responsável pelo núcleo de pesquisa da Bematech, Geisa Bonfiette. Segundo ela, apesar do resultado fraco, o panorama é "promissor". "Dos [estabelecimentos] que ainda não possuem um sistema de gestão, 69% pretendem instalá-lo nos próximos anos", garante.
Resistência
A executiva explica que a pesquisa não detectou uma relação entre o tamanho dos estabelecimentos e o índice de automatização. "O objetivo do estudo é entender como o varejo se relaciona com a tecnologia e tentar compreender por que alguns setores ainda são resistentes a ela, criando subsídios para busca de soluções mais aderentes às necessidades do varejo", diz.
Membro de uma família tradicional no segmento de restaurantes em Curitiba, o empresário Beto Madalosso conta que instalou recentemente um sistema de gestão na Fornearia Copacabana. "O cliente faz um pedido na mesa, o garçom anota em um dispositivo móvel e o sistema, automaticamente, já envia o pedido para a cozinha e lança a fatura no caixa. Além disso, na parte gerencial, o software fornece uma análise de dados muito mais precisa e evita trabalho extra", explica. O investimento no sistema, segundo ele, varia de R$ 3 mil a R$ 30 mil, de acordo com a necessidade do estabelecimento. Tudo depende da quantidade de módulos e licenças adquiridas. "No meu caso, coloquei o pacote quase completo", diz Madalosso.
Segundo o levantamento, o cartão de débito é o meio de pagamento mais aceito nos estabelecimentos, atingindo 98% dentre os que aceitam pelo menos uma das modalidades. Embora apareça na pesquisa com um nível praticamente irrisório (0,7%), o pagamento via telefone celular deve ser a nova fronteira do varejo, considerando que o número de telefones móveis no Brasil ultrapassa um por habitante. "As empresas têm de ficar de olho em tudo que seja inovação, porque acaba sendo uma tendência inevitável. Pensando em tecnologia, tudo que trabalha com base na integração acaba fazendo sucesso", argumenta Geisa.
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