O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos diminuiu mais que o esperado na última semana, para a mínima em dois meses, enquanto o déficit comercial do país teve forte queda em julho, dando sinais esperançosos para a vacilante recuperação econômica.
Analistas disseram que os dados desta quinta-feira ajudam a acalmar os temores de uma desaceleração mais acentuada, e significam que a economia norte-americana pode sair em breve da lentidão.
"Nós estávamos esperando que as coisas iriam desacelerar no terceiro trimestre e começar a se recuperar no quarto trimestre, mas agora parece que a desaceleração no terceiro trimestre não foi tão severa quanto nós temíamos", disse David Sloan, economista da 4CAST em Nova York.
O decréscimo na quantidade de pedidos de auxílio-desemprego foi de 27 mil, totalizando 451 mil com ajuste sazonal, o menor nível desde a semana terminada em 10 de julho, informou o Departamento de Trabalho dos EUA. O número ficou bem abaixo das expectativas do mercado financeiro, que previa uma queda para 470 mil.
Outro relatório mostrou que o déficit comercial dos EUA encolheu 14 por cento em julho, para 42,8 bilhões de dólares, nível menor que o saldo negativo de 47,3 bilhões esperado pelos mercados.
Os dados reduzem ainda mais as chances da economia do país voltar à recessão.
O auxílio-desemprego se afastou ainda mais da máxima de nove meses de 504 mil alcançada em meados de agosto.
A fragilidade do mercado de trabalho está prejudicando a recuperação da economia norte-americana após a pior recessão em 70 anos, mas já há alguma esperança sobre o desemprego.
O setor privado abriu 67 mil vagas em agosto, melhor que o esperado, e os números do mês anterior foram revisados para mostrar criação de mais 36 mil empregos.
Após tirar quase 3,4 pontos percentuais do crescimento econômico dos EUA no segundo trimestre, a redução do déficit comercial é um alívio que reflete a melhora das exportações.
Em julho, as exportações subiram 1,8 por cento, para 153,3 bilhões de dólares, puxadas pela forte demanda externa por aeronaves civis, maquinários, computadores e outros bens de capital.
As importações recuaram 2,1 por cento, para 196,1 bilhões de dólares, depois da alta de 3 por cento registrada em junho, que pegou muitos analistas de surpresa e que reduziu estimativas para o crescimento do país no segundo trimestre. A queda de julho foi a maior desde fevereiro de 2009.
No entanto, o volume de importações vindo da China e da Alemanha -- dois países com superávits comerciais persistentes -- foi o maior desde outubro de 2008.
O déficit comercial dos EUA com a China caiu cerca de 1 por cento em julho, mas, para os primeiros sete meses do ano, registrou alta de 18 por cento sobre o mesmo período de 2009, totalizando 145,4 bilhões de dólares.
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