São Paulo O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem que a quantidade de novos empregos criados no país em 2007 pode superar o recorde histórico de 2004, quando 1.523.276 vagas com carteira assinada foram abertas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em agosto foram criados 133.329 empregos formais no Brasil, um crescimento de 0,46% em relação a julho. De janeiro a agosto, 1.355.824 novos empregos foram criados no Brasil, alta de 4,90% sobre o mesmo intervalo de 2006. O resultado é o segundo melhor da história do Caged.
"Ainda temos setembro, outubro e novembro, considerando que em dezembro temos dispensa de trabalhadores temporários. Mas eu acredito que se não batermos 2004, vamos ficar muito próximos dele", disse Lupi, após a divulgação dos dados do Caged. A expectativa do Ministério é que o ano se encerre com a geração de algo entre 1,5 milhão e 1,6 milhão de novos empregos. "Ainda acho que batemos o recorde de 2004. Como sou otimista, continuo insistindo", acrescentou.
Na avaliação do ministro, os resultados positivos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2006 e do Caged de agosto, divulgados ontem, são conseqüências do acerto da política econômica seguida pelo governo do presidente Lula. "Eu avalio que isso é uma conseqüência e uma comprovação da política econômica acertada que o governo Lula tem feito, ao manter a estabilidade da inflação, não deixá-la corroer o salário dos trabalhadores e implementar uma política de investimento público e crescimento econômico fortes", afirmou, citando a estabilidade da moeda, o nível de reservas internacionais e a revisão para cima das expectativas de crescimento do PIB para algo próximo de 5%. "Nem mesmo a crise imobiliária americana trouxe conseqüências maiores para o Brasil, tanto que o dólar voltou ao patamar em que estava antes da crise."
De acordo com Lupi, a alta de 4,98% no estoque de empregos com carteira assinada gerados nos últimos 12 meses indica a sustentabilidade do crescimento econômico. "Quando temos o crescimento econômico em um porcentual muito parecido com o crescimento da empregabilidade, é sinal de que temos um crescimento sustentado. E temos tido esse crescimento desde janeiro", explicou.
De janeiro a agosto, todos os setores tiveram crescimento no estoque de emprego formal, segundo dados do Caged. O segmento de serviços apresentou alta de 3,83%, com 424.671 novos postos de trabalho gerados, o terceiro maior saldo para o período. No acumulado do ano, o setor lidera a geração de empregos no país.
No mesmo período, a indústria da transformação teve um aumento de 5,68%, com 367.904 novas vagas, resultado superado apenas por 2004. O comércio alcançou uma alta de 2,61%, com 161.160 novos empregos, o terceiro melhor resultado da série histórica da pesquisa. A construção civil alcançou o melhor resultado de toda a série histórica do Caged, com alta de 10,56% e 142.743 novas vagas. A agropecuária teve elevação de 14,96% no número de vagas com 215.617 novos empregos gerados no período.
Em agosto, o estoque de empregos gerados pelo setor de serviços teve alta de 0,51%, indústria, 0,58%, comércio, 0,57%, e construção civil, 1,79%. O setor que gerou mais empregos em agosto foi o de serviços, com 58.954 novas vagas, seguido por indústria da transformação, com 39.399 vagas, comércio, com 36.188 postos de trabalho, e construção civil, com 26.276 empregos gerados.
Segundo Lupi, a queda registrada em agropecuária no mês de agosto, de 1,83%, foi puxada pelo fim da safra do café. No mês, do total de 30.806 empregos perdidos em todo o país, 26.150 são demissões ocorridas em Minas Gerais. Minas e Acre, com perda de 53 vagas, foram os únicos estados a registrar queda no nível de emprego em agosto.