Num dia de aversão ao risco no mercado internacional, o dólar voltou a operar no patamar de R$ 2 após três sessões abaixo desse nível. A moeda norte-americana subiu 1,51% frente ao real, sendo negociada a R$ 2,014 na compra e R$ 2,016 na venda.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a toada de pessimismo externo e fechou em baixa de 1,53% aos 53.797 pontos, menor nível de fechamento em mais de sete meses. O índice foi puxado principalmente pelo desempenho ruim das ações de petrolíferas, pressionadas pela queda do preço do petróleo no exterior. O barril do WTI despencou 3,23%, cotado a US$ 87,82, abaixo de US$ 88 pela primeira vez em mais de sete meses.
Más notícias
O mercado recebeu ontem uma coletânea de más notícias sobre a economia mundial. A preocupação com a situação dos bancos da Espanha e a capacidade de o país se refinanciar provocou a fuga dos pregões. A situação da Itália também não anima. Ontem o país fez um leilão de títulos e pagou juro de 6,03% para os papéis de dez anos. "O alto juro exigido pelos títulos de alguns países da Europa os coloca no rol de países de alto risco", afirma Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul. Nos Estados Unidos, o índice de vendas de imóveis pendentes caiu mais que o esperado, revertendo o cenário de recuperação do mercado imobiliário norte-americano.
"Os investidores fugiram das bolsas e foram para a segurança do dólar e dos títulos americanos com temores sobre a situação da Espanha. Não foi um movimento especulativo como o verificado na semana passada, quando o mercado testou até onde a cotação do dólar poderia chegar", disse Alfredo Barbutti, da BGC Liquidez Corretora.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio na corretora Treviso, o nervosismo dos investidores puxou a cotação da moeda norte-americana. Ele acredita que nesse contexto mais tenso, o dólar deve oscilar entre R$ 1,98 e R$ 2.
Saída de divisas
Segundo o Banco Central, até o dia 25 a saída de divisas da economia brasileira chegou a US$ 2,76 bilhões. Se o mês fechar mesmo no negativo, será a primeira retirada líquida de recursos da economia brasileira em 2012 o último fluxo negativo mensal foi em dezembro do ano passado, quando investidores retiraram US$ 1,94 bilhão do país.