Tensão na Espanha: Guarda Civil enfrenta protesto de mineiros contra o corte de investimentos| Foto: Eloy Alonso/Reuters

Número

Queda de 84,2% foi registrada nos investimentos diretos de empresas da Espanha no Brasil. O fluxo de recursos investidos encolheu de US$ 4,699 bilhões, no primeiro quadrimestre de 2011, para US$ 738,86 milhões no mesmo período de 2012. Os dados são da Sobeet, sociedade de estudos da globalização.

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Crise

Comissão Europeia oferece duas "tábuas de salvação" à Espanha

Reuters

A Comissão Europeia deu à Espanha duas potenciais "tábuas de salvação" nesta quarta-feira, ao oferecer mais tempo para o país reduzir seu déficit e ajuda direta de um fundo de resgate da zona do euro para recapitalizar bancos em dificuldades. Os custos dos empréstimos do governo espanhol deram nova guinada, e a bolsa de Madri atingiu sua mínima em nove anos com investidores abalados pelo estado lamentável do setor bancário do país buscando um relativo refúgio em títulos alemães. O Comissário Europeu para Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, afirmou que a Comissão Europeia está pronta para dar à Espanha um tempo extra para levar seu déficit orçamentário para 3% do Produto Interno Bruto (PIB), caso Madri apresente um plano orçamentário sólido para 2013 e 2014.

Governo

Mantega nega estudar retirada do IOF sobre derivativos cambiais

Agência Estado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que estejam em estudo medidas cambiais, como a retirada de Imposto de Operações Financeiras (IOF) sobre derivativos e aplicações de capital estrangeiro em renda fixa. Fontes do governo ressaltam, entretanto, que esta é a posição com o cenário atual, numa demonstração de que, na eventualidade de um acirramento da crise na zona do euro, outras medidas possam ser adotadas. A avaliação é de que o câmbio está em patamar confortável, e possíveis intervenções do governo no curto prazo seriam apenas por meio do Banco Central, comprando ou vendendo dólar para evitar maior volatilidade. Além disso, segundo uma fonte, não foi identificado um movimento de fuga de capitais que justificasse um afrouxamento das medidas cambiais em vigor.

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Num dia de aversão ao risco no mercado internacional, o dólar voltou a operar no patamar de R$ 2 após três sessões abaixo desse nível. A moeda norte-americana subiu 1,51% frente ao real, sendo negociada a R$ 2,014 na compra e R$ 2,016 na venda.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a toada de pessimismo externo e fechou em baixa de 1,53% aos 53.797 pontos, menor nível de fechamento em mais de sete meses. O índice foi puxado principalmente pelo desempenho ruim das ações de petrolíferas, pressionadas pela queda do preço do petróleo no exterior. O barril do WTI despencou 3,23%, cotado a US$ 87,82, abaixo de US$ 88 pela primeira vez em mais de sete meses.

Más notícias

O mercado recebeu ontem uma coletânea de más notícias sobre a economia mundial. A preocupação com a situação dos bancos da Espanha e a capacidade de o país se refinanciar provocou a fuga dos pregões. A situação da Itália também não anima. Ontem o país fez um leilão de títulos e pagou juro de 6,03% para os papéis de dez anos. "O alto juro exigido pelos títulos de alguns países da Europa os coloca no rol de países de alto risco", afirma Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul. Nos Estados Unidos, o índice de vendas de imóveis pendentes caiu mais que o esperado, revertendo o cenário de recuperação do mercado imobiliário norte-americano.

"Os investidores fugiram das bolsas e foram para a segurança do dólar e dos títulos americanos com temores sobre a situação da Espanha. Não foi um movimento especulativo como o verificado na semana passada, quando o mercado testou até onde a cotação do dólar poderia chegar", disse Alfredo Barbutti, da BGC Liquidez Corretora.

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Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio na corretora Treviso, o nervosismo dos investidores puxou a cotação da moeda norte-americana. Ele acredita que nesse contexto mais tenso, o dólar deve oscilar entre R$ 1,98 e R$ 2.

Saída de divisas

Segundo o Banco Central, até o dia 25 a saída de divisas da economia brasileira chegou a US$ 2,76 bilhões. Se o mês fechar mesmo no negativo, será a primeira retirada líquida de recursos da economia brasileira em 2012 – o último fluxo negativo mensal foi em dezembro do ano passado, quando investidores retiraram US$ 1,94 bilhão do país.